A prefeitura de Porto Alegre vai decretar situação de emergência em saúde pública devido ao aumento de internações por casos respiratórios. O documento deve ser publicado durante a próxima semana pela Secretaria Municipal de Saúde. A medida ocorre devido ao aumento de internações por síndrome respiratória aguda grave em adultos e crianças.
O decreto em saúde pública é requisito para buscar aporte extra junto ao Ministério da Saúde. Isso porque o governo federal publicou uma portaria excepcional para o incentivo do custeio para os atendimentos envolvendo casos da síndrome. A medida deve auxiliar na ampliação de leitos para a Operação Inverno.
Procurada, a Secretaria Estadual da Saúde (SES) informou que não há previsão no momento de decreto por parte do Estado.
Segundo o Boletim InfoGripe da Fiocruz, Porto Alegre está em nível de alerta para crescimento de longo prazo dos casos de doenças respiratórias. As faixas etárias mais afetadas são as crianças de zero a quatro anos e os idosos com 60 anos ou mais.
De acordo com a Secretaria de Saúde da Capital, houve um aumento progressivo das internações a partir do dia 6 de abril.
Atualmente, todos os leitos em hospitais de Porto Alegre estão ocupados. As instituições de alta complexidade — São Lucas, Santa Casa, Conceição e Clínicas operam com superlotação. São 4.292 pessoas internadas, conforme os dados do painel de monitoramento da prefeitura. A maior demanda é para casos respiratórios.
Leitos extras
Em meio ao cenário de superlotação das emergências, a prefeitura de Porto Alegre anunciou, na segunda-feira (12), a Operação Inverno 2025. Para melhorar o atendimento durante o período de maior demanda, cem leitos extras receberão pacientes por 122 dias.
De acordo com a prefeitura, parte estará disponível já a partir de quinta-feira (15). A medida também autoriza a contratação temporária de profissionais da saúde e a abertura de unidades aos finais de semana.
Nesta quarta-feira (14), contudo, o secretário Municipal de Saúde de Porto Alegre, Fernando Ritter, admitiu os leitos extras anunciados para reforçar a Operação Inverno serão insuficientes para atender a demanda de moradores de Porto Alegre e da Região Metropolitana — que correspondem a mais da metade dos pacientes nas emergências.
Ritter estimou que o ideal seria chegar a pelo menos o dobro, com 200 vagas:
— Pela questão de sobrecarga dos nossos pronto atendimentos, se a gente pudesse chegar a pelo menos 160 ou até 200 leitos, ajudaria bastante para nós. Quanto mais leitos a gente colocar num teto aí, talvez de 200 leitos, ainda não é a capacidade ideal. Nós vamos ter de trabalhar muito na questão do giro do leito, focar principalmente em internar quem realmente precisa — afirmou o secretário.
