
Um decreto de emergência em saúde, devido ao crescente número de internações de pacientes com problemas respiratórios, foi assinado pelo governador Eduardo Leite nesta segunda-feira (19). Após publicação no Diário Oficial do Estado (DOE), a medida deve entrar em vigor no Rio Grande do Sul na terça-feira (20).
Porto Alegre declarou situação semelhante considerando "o cenário epidemiológico das doenças respiratórias e a superlotação de serviços do Sistema Único de Saúde (SUS) na Capital e na Região Metropolitana. No Estado, a medida busca permitir que os municípios tenham acesso facilitado a ações emergenciais para atendimento de pessoas com sintomas gripais.
De acordo com o painel de monitoramento da Secretaria Estadual da Saúde (SES), atualizado ao meio-dia de domingo (18), 4.099 pessoas precisaram de internação por síndrome respiratória aguda grave (SRAG) neste ano.
A maior preocupação do governo é com crianças de até cinco anos, cujas hospitalizações praticamente dobraram nos últimos dias.
Com o decreto, o Estado permite que os municípios tenham acesso facilitado para ações emergenciais em cada localidade, como contratação de profissionais da saúde ou compra de insumos. Além disso, o Estado e os municípios podem buscar financiamento com o Ministério da Saúde para leitos SRAG, destinados especialmente para pacientes com problemas respiratórios.
— O decreto é pré-requisito para que se busque financiamento federal para leitos SRAG e com suporte ventilatório. O decreto contribui nesta preparação da rede hospitalar para receber os casos que precisam de internação. Como a gente tem tido aumento de internações, em especial de crianças até cinco anos, e uma vacina pouco protetiva, pois a cobertura ainda é baixa, a situação nos coloca neste risco maior — explica a secretária adjunta da Saúde do Estado, Ana Costa.
Vacinação liberada
A cobertura vacinal para a gripe está em apenas 29,28% no Estado. Considerando o público-alvo, somente 14% das crianças estão imunizadas contra a influenza, 35% dos idosos e 17% das gestantes.
Por isso, o Estado decidiu liberar a vacinação para a população em geral. Apesar da flexibilidade, a recomendação segue para que as pessoas dos grupos prioritários façam a imunização.
A estratégia é ampliar a cobertura vacinal no RS para frear o número de infecções do vírus influenza e aliviar as internações por problemas respiratórios, sintomas clássicos da doença. A Secretaria Estadual da Saúde quer conscientizar as pessoas da importância de se vacinar como uma preocupação coletiva, não apenas individual.
— Nós estamos perdendo oportunidade de evitar internações, em especial das crianças — alerta a secretária adjunta.