
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) divulgou, na quarta-feira (23), resultados de uma análise com 41 suplementos alimentares de creatina disponíveis no Brasil.
O levantamento envolveu 29 empresas fabricantes e revelou que apenas uma amostra apresentou teor da substância abaixo do permitido.
No ano passado, a Associação Brasileira de Empresas de Produtos Nutricionais (Abenutri) também avaliou e apresentou resultados diferentes.
Naquela ocasião, 80% dos produtos estavam com o teor abaixo do esperado, segundo o g1.
Veja a lista dos suplementos analisados
Para a estudo, a Anvisa realizou um levantamento das creatinas mais vendidas no mercado brasileiro, em embalagens de 300 gramas, a mais comum no mercado.
As análises foram realizadas pelo laboratório do Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde (INCQS) da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
Os suplementos foram coletados entre julho e dezembro de 2024 em cinco estados: Rio de Janeiro, São Paulo, Santa Catarina, Paraná e Espírito Santo.
Veja a lista:
Valores compatíveis
Os testes avaliaram três aspectos principais dos produtos: o teor de creatina declarado, a presença de matérias estranhas e a conformidade da rotulagem.
Segundo a Anvisa, a maior parte das marcas analisadas apresentou teores compatíveis com os valores informados nas embalagens, dentro do limite de variação de 20% permitido por regulamento.
A única amostra fora do padrão está em processo administrativo, e a marca não foi divulgada.
Rotulagem irregular é principal falha
Embora os resultados laboratoriais tenham sido satisfatórios, a maior parte das inconsistências identificadas pela Anvisa está relacionada à rotulagem.
A agência observou erros como uso de alegações não autorizadas, informações em línguas estrangeiras fora das normas, tabelas nutricionais incompletas ou mal posicionadas e falta de dados sobre porções ou frequência de consumo.
O único produto com regularidade na rotulagem foi a amostra do produto da Athlhetica Nutrition.
O que diz a Anvisa sobre os riscos
Segundo o órgão regulador, os resultados não representam risco imediato à saúde da população e não exigem ações de retirada dos produtos do mercado.
No entanto, os problemas de rotulagem identificados podem gerar notificações aos fabricantes responsáveis.
O que é creatina e para que serve

A creatina é uma substância produzida naturalmente pelo corpo a partir de aminoácidos como glicina, metionina e arginina.
Fabricada pelo fígado, rins e pâncreas, ela é armazenada nos músculos e utilizada como fonte de energia.
Além da produção endógena, a creatina também pode ser obtida por meio da alimentação — em especial por meio de carnes e peixes — ou por suplementação.
O uso é comum entre atletas e praticantes de atividades físicas, já que favorece o ganho de força, resistência e recuperação muscular.