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A China anunciou a revogação da quarentena obrigatória para todos os que viajarem ao país asiático a partir de 8 de janeiro. A novidade foi oficializada por autoridades sanitárias nesta segunda-feira (26). A medida se soma ao levantamento da maioria das restrições anticovid, adotado no início de dezembro. A flexibilização ocorre no momento em que a China enfrenta nova onda de covid-19.
A Comissão de Segurança Nacional da China publicou comunicado nesta segunda, no qual detalha o relaxamento de medidas em andamento no país para lidar com a pandemia da covid-19. Segundo o documento, a partir de 8 de janeiro de 2023 o vírus não será mais classificado como "categoria A", a que exige medidas mais duras para enfrentá-lo, e passará à "categoria B", com medidas menos agressivas.
Com isso, por exemplo, não haverá mais rastreamento de contatos dos infectados, nem uma demarcação entre áreas com risco alto ou baixo de pegar covid-19. Pequim ainda afirma que acabará com exigência de quarentena para viajantes de fora do país.
As prioridades agora, segundo o documento oficial, são aumentar a vacinação entre os mais idosos, melhorar a preparação de medicamentos e reagentes para testes da doença, aumentar investimentos para reforçar "a construção de recursos médicos", ajustar a detecção do vírus e resgatar e tratar pacientes de acordo com sua classificação de gravidade.
Entre outros pontos mencionados, o governo diz que deseja reforçar o monitoramento do vírus e que pedirá respeito a medidas pessoas para ajudar a conter sua disseminação. A China ressalta ainda que as mudanças devem ser implementadas de modo "organizado".
O que muda
A partir do mês que vem, vai ser exigido apenas um teste negativo recente de todos que quiserem ingressar em território chinês, informou em comunicado a Comissão de Saúde, órgão com funções equivalentes às de um ministério. Atualmente, o país asiático é a única grande nação do mundo a exigir quarentena para quem viaja ao seu território. O confinamento dura cinco dias e é seguido por observação domiciliar por três dias.
A Comissão de Saúde não considera mais a covid-19 como pneumonia, mas uma doença "contagiosa" menos perigosa. Antes, as autoridades chinesas haviam reduzido pela metade a duração da quarentena obrigatória para os recém-chegados no país, de 21 para 10 dias.
No entanto, as fronteiras da China estão praticamente fechadas desde o início da pandemia, em janeiro de 2020. Desde então, o país reduziu drasticamente a concessão de vistos de turismo e as conexões aéreas com outros países.
China enfrenta nova onda de covid-19
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A China enfrenta atualmente sua maior onda de coronavírus. Modelos matemáticos preveem entre 1 milhão e 2 milhões de chineses mortos nas próximas semanas, o equivalente à população de Porto Alegre, com cerca de 1,4 milhão de habitantes.
O cenário ocorre após o governo da China, país de 1,42 bilhão de habitantes, desistir da política de covid zero, que isolava a população com resultado positivo. Além da queda de restrições, não há mais política de testagem em massa e casos sintomáticos deixaram de ser reportados.
A consultoria de inteligência de dados britânica Airfinity prevê que a atual onda atinja pico de 3,7 milhões de infecções diárias e que uma segunda onda, em março, culmine em 4,2 milhões de casos ao dia. A tendência é de piora nas regiões de Pequim e Guangdong.
A falta de transparência do governo chinês dificulta acompanhar o cenário com detalhes, portanto a dimensão dessa onda é feita através de levantamentos independentes em hospitais, necrotérios e cemitérios.