O aumento de casos de covid-19 registrado no Rio Grande do Sul no começo de 2022 pode ser percebido também nos diagnósticos confirmados em farmácias gaúchas, que viram a procura por testes aumentar nas primeiras semanas deste ano. Somente nos nove primeiros dias de janeiro, 26.187 pessoas testaram positivo para a doença em farmácias do Estado. O número representa pouco mais do que o dobro dos casos registrado em todo o mês de dezembro, quando 12.975 infecções foram confirmadas.
Os dados do Rio Grande do Sul foram coletados pela Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma) e pela plataforma Clinicarx. A Abrafarma reúne as 26 maiores redes de farmácias do país, que contam com lojas em todos os Estados brasileiros e no Distrito Federal — as redes associadas representam cerca de 45% das vendas de medicamentos no Brasil.
O cenário gaúcho indica que o número de testes positivos identificados somente em nove dias de janeiro é maior do que o total registrado em cada um dos meses completos de julho, agosto, setembro, outubro, novembro e dezembro de 2021 (confira o gráfico abaixo). Em novembro, por exemplo, foram 9.183 casos de infecções por covid-19 detectados em farmácias gaúchas.
Alta demanda por testes
Da mesma forma, o total de testes realizados também vem aumentando desde o fim do ano passado: foram 63.056 em todo o mês de novembro e 86.368 em todo o mês de dezembro. Nos primeiros nove dias de janeiro de 2021, foram 94.217.
As farmácias realizam os chamados testes rápidos, que fornecem resultado em poucos minutos. Em diferentes regiões do Estado, funcionários apontaram uma alta na busca por testes de covid-19 após as festas de final de ano, o que ocasionou falta de exames em regiões com alta concentração de pessoas, como em Porto Alegre, Caxias do Sul e cidades do Litoral Norte.
Diretora-tesoureira do Conselho Regional de Farmácia do Rio Grande do Sul, Luciana Legg afirma que a alta demanda foi registrada em todo o território gaúcho. O desabastecimento registrado há alguns dias já foi superado na maior parte dos locais.
— Houve locais com desabastecimento na rede pública, então as farmácias passaram a ser mais relevantes do que já eram para o diagnóstico precoce desse problema de saúde. O que está acontecendo reforça o papel da farmácia como um estabelecimento de saúde. A alta demanda ocorre em todo o Estado. Houve falta de testes em alguns locais, mas o que percebemos agora é que a maior parte das farmácias está conseguindo atender.