Em parceria com a farmacêutica chinesa Sinovac Biotech, o Instituto Butantan, de São Paulo, conduz atualmente estudos de uma eventual vacina contra o coronavírus — chamada de Coronavac. Em entrevista ao programa Timeline, da Rádio Gaúcha, o governador paulista, João Doria, afirmou que, em um "cenário otimista", a imunização deve começar a ser produzida industrialmente em novembro, com um primeiro lote de 60 milhões de doses.
— Se ao longo de três meses não tiver nenhuma intercorrência, a vacina já estará em outubro praticamente pronta e, em novembro, em condições de produção industrial — disse Doria, nesta terça-feira (14). — Numa visão realista, entre dezembro e janeiro nós já teremos a vacina em condições de produção (...) e, na pior das hipóteses, em maio do ano que vem — acrescentou.
De acordo com o chefe do Executivo paulista, por intercorrências entende-se alguma reformulação necessária para avaliar possíveis efeitos colaterais da vacina. Isso pode exigir 30, 60 ou 90 dias de estudos adicionais.
— Intercorrência não é que a vacina vá falhar ou não vá funcionar. Nenhuma vacina chega ao terceiro estágio (de pesquisa) sem ter condições de ser produzida — explicou.
Os testes da CoronaVac começaram em abril, na China. No Brasil, eles serão realizados em 9 mil voluntários em centros de pesquisas do Distrito Federal e de cinco Estados: São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Paraná. Entre as 12 instituições escolhidas está o Hospital São Lucas da PUCRS.
Quanto à velocidade da produção, Doria classificou-a como "relativamente rápida". Ele ressaltou que o Instituto Butantan está sendo reequipado para conseguir fazer 20 milhões de vacinas por mês.
— Nós temos o desafio de produzir as seringas. É um processo. Quando falo dessas datas, falo de datas iniciais, onde você "starta" o processo de vacinação — disse.
De acordo com o governador de São Paulo, será estabelecida uma prioridade de imunização, caso a vacina seja aprovada. O processo deve ser semelhante ao que ocorre com a vacina da gripe, onde primeiro é aplicada em idosos e em profissionais de saúde.