

Desenvolvida por uma dupla de médicos pesquisadores italianos, a terapia REAC — sigla em inglês para Radio Electric Asymmetric Conveyer, ou Transportador Assimétrico Rádioelétrico, em uma tradução livre — é um tratamento possibilitado pela alta tecnologia que busca reestabelecer o equilíbrio celular. Isso acontece por meio de um equipamento de biotecnologia desenvolvido pelos próprios Salvatore Rinaldi e Vania Fontani, na Itália. No Brasil, o aparelho conta com certificação da Anvisa e do Inmetro, ainda que a comunidade médico-científica por enquanto não tenha entrado em um consenso quanto a sua eficácia.
De acordo com os estudos, o objetivo é reequilibrar o cérebro e, em consequência, as funções do corpo. Sua função é melhorar as frequências cerebrais, que comandam a saúde de todo o organismo, inclusive o funcionamento da mente — não a toa, sendo utilizado como tratamento auxiliar para transtornos neurológicos e psíquicos. Isso vai desde as alterações epigenéticas (aquelas em que as funções do corpo são alteradas a partir da influência do ambiente externo, como estresse ou refluxo gástrico, por exemplo) até patologias mentais tais como ansiedade, déficit de atenção (TDAH) e depressão, além de funcionar como apaziguador de alguns sintomas do Parkinson e Alzheimer. Vale, no entanto, ressaltar a importância do acompanhamento médico especializado.
— O equipamento emite uma onda em radiofrequência muito leve, quase como um sinal de wi-fi. A técnica é segura, indolor e rápida, com cada sessão durando alguns minutos ou até segundos. Uma ponteira de caneta, ligada a máquina, é colocada em contato com a orelha do paciente, enviando esse sinal ao cérebro e ao restante do corpo. A resposta terapêutica ocorre sempre de forma individualizada e conforme a biologia de cada pessoa, mas o fundamental é que ela pode permanecer ativa por anos — explica a psiquiatra Celeste Oichenaz, pioneira no uso do REAC em Porto Alegre.

Segundo a médica, o que mais impressiona e renova as esperanças de alguns pacientes é como a terapia proporciona melhora cognitiva e, com o tempo, avanço comportamental no Espectro Autista, na Doença de Alzheimer, entre outros. Ou seja, por meio do tratamento contínuo, a pessoa passa a realizar as tarefas do cotidiano com menor gasto de energia mental.
REAC "atualiza aplicativos" do cérebro
É como se os impulsos do aparelho guiassem as células cerebrais pelo caminho mais indicado. Com isso, os benefícios sentidos no organismo incluem o aumento e maior facilidade de concentração, maior coordenação psicomotora, melhora no humor e na qualidade do sono, além de uma maior resistência do estresse e melhor resposta imunológica. Um dos pacientes de Celeste, Felipe Dilkin, de 10 anos, diagnosticado com Transtorno do Espectro Autista (TEA), encontrou uma forma bem peculiar de descrever o tratamento:
— Assim como em um computador, nossa cabeça também tem vários "aplicativos", como Google ou YouTube. O REAC é como se organizasse e atualizasse esses apps, para que consigamos entender melhor algumas coisas. Pra mim, os aplicativos que senti funcionando melhor foram a calculadora, por que consegui melhorar na matemática, também na escrita e na leitura — relacionou.
A Dra. Celeste Oichenaz é médica psiquiatra e está registrada no CRM 28.796 e RQE 35.278
