
Diante do avanço de doenças incuráveis ou em estágio avançado, muitos pacientes enfrentam dor, limitações e impactos profundos na vida. É nesse cenário que os cuidados paliativos ganham importância. Essa abordagem médica busca, além do controle de sintomas, preservar a dignidade, aliviar o sofrimento e oferecer qualidade de vida.
O foco está em um suporte integral, que abrange dimensões físicas, emocionais, sociais e espirituais, tanto para o paciente quanto para seus familiares. Em 2024, de acordo com o Ministério da Saúde, ao menos 625 mil pessoas precisavam de cuidados paliativos no país.
Esse tipo de abordagem pode ser aplicada em qualquer fase de uma doença grave, independentemente da idade ou do estágio da condição, sempre respeitando as necessidades e os desejos do indivíduo. O acompanhamento, como explica o médico geriatra cooperado da Unimed Porto Alegre Roman Orzechowski deve ser realizado por uma equipe multidisciplinar composta por médicos, enfermeiros, psicólogos, fisioterapeutas, nutricionistas, entre outros profissionais. Isso porque os cuidados paliativos exigem um olhar mais amplo para atender os pacientes por completo.
— A equipe atua no alívio de sintomas físicos, mas também nas chamadas “dores existenciais” ou “sintomas da alma”. Trabalhamos com apoio psicológico e abordamos questões espirituais e de fé. Quando nos aproximamos do fim da vida, falamos sobre a morte e planejamos esse acontecimento junto com a família, para que a vontade da pessoa seja respeitada. Infelizmente, ainda vemos muitos casos de distanásia, que consiste no prolongamento desnecessário do sofrimento, justamente por não se respeitar a vontade do indivíduo.
Além da doença
Uma pesquisa da Organização Pan-Americana de Saúde mostrou que os cuidados paliativos podem melhorar em até 90% a qualidade de vida de pessoas com câncer. Mas, mesmo com benefícios, as ações paliativas ainda carregam alguns mitos e enfrentam tabus. Por isso falar sobre o tema é fundamental, visando garantir dignidade para indivíduos com doenças incuráveis. Orzechowski acredita que conversar sobre a morte é o primeiro passo para que, desde o diagnóstico, os pacientes e suas famílias possam se preparar e planejar o futuro.
— Ninguém quer aceitar a perda de um familiar. Nosso trabalho é criar um vínculo de apoio, desmistificar e explicar a importância de ter outro olhar. Isso também é um desafio dentro da nossa própria equipe e com outros médicos, que precisam entender a importância de encaminhar para os cuidados paliativos para termos esse tempo de conversar e falar sobre a doença e a morte — expõe o médico.
Embora pacientes oncológicos sejam os que mais demandam cuidados paliativos, como mostra pesquisa do Worldwide Palliative Care Alliance, pessoas com HIV, doenças cardiovasculares e pulmonares graves e comprometimento neurológico também necessitam de assistência. Os profissionais lidam com diagnósticos que têm uma progressão mais aguda e rápida. Por esse motivo, o geriatra reitera que a ideia não é a cura, mas o alívio de sintomas.
— A família é essencial nesse processo. E, mesmo com toda a conversa que realizamos, eles ainda têm dúvidas, mudam de ideia e não entendem que temos que retomar o assunto. É um trabalho contínuo — reforça.
Rede de Cuidados Continuados
A saúde de excelência é aquela que integra inovação, humanidade e continuidade do cuidado. Quando surgem momentos de maior vulnerabilidade é essa combinação que garante mais qualidade de vida e segurança. Nesse compromisso, o Viver Bem da Unimed Porto Alegre, se diferencia com a Rede de Cuidados Continuados, uma equipe de cuidados paliativos preparada para atuar de forma integrada em todas as fases do cuidado aos clientes da cooperativa.
Entre os profissionais que integram a Rede de Cuidados Continuados está o Dr. Roman Orzechowski, médico especialista que dedica sua experiência para garantir acolhimento e qualidade de vida aos pacientes. Orzechowski explica que a rede atua de forma presencial nas unidades assistenciais da Unimed Porto Alegre, localizadas no Shopping Total e na Farrapos, além de uma estrutura completa para oferecer cuidado e acolhimento nos momentos finais da vida.
Para os pacientes e suas famílias, a Rede tem um impacto transformador: redução de sofrimento, maior conforto, apoio nas tomadas de decisão e um cuidado que respeita valores individuais. Converse com seu médico de referência para entender como essa abordagem funciona, quando é indicada e de que forma pode contribuir.
Quando iniciar
Os cuidados paliativos podem ter início assim que o diagnóstico de uma doença é fechado, mesmo que ainda exista intenção de cura. Quanto mais cedo, mais benefícios para o paciente e a família. Veja indicações dessa abordagem médica em fases diferentes de uma doença.
Diagnóstico
Em situações em que a cura não é mais possível, mas o controle de sintomas é essencial, como na descoberta de doenças cardíacas, câncer, insuficiência renal ou hepática, doenças neurológicas, entre outras.
Durante o tratamento
Para melhorar a qualidade de vida enquanto o paciente realiza tratamentos intensivos, como quimioterapia ou radioterapia.
Fase final da vida
Quando o objetivo principal é conforto e bem-estar e a terapia modificadora da doença não tem mais eficácia.
Fonte: Ministério da Saúde


