
Depois de sair suado da academia, o estudante Matheus Rodrigues Luckei, 26 anos, vai comprar alimentos para sua dieta em um mercado a poucos passos de onde treina. Em seguida, entra em uma farmácia ao lado, onde fica por cinco minutos e sai com uma sacola. Vai embora para casa, mas pretende voltar ao local nas próximas duas horas para almoçar em um bufê que lhe agrada nas terças-feiras. Ganha tempo se deslocando apenas alguns metros entre uma loja e outra.
As operações que Luckei frequenta — e outras 31 — ficam dentro do Viva Open Mall, shopping que completa 10 anos em 2025. Construído para atender famílias do bairro Jardim Europa, o empreendimento tem área menor do que a de complexos do segmento que já existiam na Zona Norte. Segundo frequentadores, é um diferencial que facilita o consumo entre os serviços oferecidos ali. Para ampliar opções, está na prancheta um projeto para ampliação de espaços para lojas e a construção de uma nova torre comercial no terreno.
O Viva Open Mall surgiu em meio a transformações do bairro Jardim Europa, no entorno do Parque Germânia. A pavimentação do parque foi finalizada em 2006, 23 anos depois da inauguração do Shopping Iguatemi, um marco para o desenvolvimento desta região. A partir disso, surgiram novos empreendimentos imobiliários nas áreas localizadas depois do tradicional centro de compras.
De olho neste novo público, a família Kisslinger, dona de terrenos na região, decidiu instalar um novo shopping voltado a atender famílias — justamente na Avenida Nilo Peçanha, a poucos metros do Iguatemi. O investimento foi feito pela empresa Phorbis Empreendimentos Imobiliários, que já investia em condomínios no bairro, em conjunto com a Tornak Holding.
Quando o Viva Open Mall estava sendo erguido, o Iguatemi passava por uma grande obra de ampliação. Pode parecer intimidador, mas a ideia, segundo os gestores do Viva, nunca foi competir com o vizinho.
— Já tínhamos aqui do lado um dos melhores shoppings de Porto Alegre. Muito tradicional e bem servido na questão de varejo, mas queríamos uma coisa mais prática para você entrar e sair, para atender às famílias da região. Muito serviço e conveniência — diz Mathias Kisslinger, sócio da Phorbis Empreendimentos Imobiliários.
Exatamente onde hoje está o Viva Open Mall, funcionava a antiga cervejaria Dado Bier, marca que depois veio a ter operação no Bourbon Country. Com a saída dos empreendedores do local, a Phorbis, que era a dona da área, decidiu replicar ali o sucesso dos negócios que existiam na Rua Padre Chagas, no Moinhos de Vento, mas em um ambiente controlado.
Região em constante desenvolvimento
Desde que o Viva Open Mall foi inaugurado, continuaram a surgir novos negócios em terrenos no entorno. Entre as novidades, há concessionárias, restaurantes e quadras esportivas para aluguel. Em frente ao Viva, um condomínio foi erguido e trouxe novo fluxo para o centro de compras. A engenheira Fabiana Henz, 44 anos, que mora há um ano no local, é uma dessas clientes.
— Acho ótimo, adoro um shopping. Estar perto de um pesou muito na hora da compra. Fazemos tudo a pé — disse a frequentadora enquanto almoçava no Viva junto com o filho.
A própria Phorbis pretende lançar mais projetos imobiliários na região nos próximos anos. Um deles será, inclusive, dentro do terreno do shopping. O plano que abrange futuras obras prevê aumentar a área bruta locável (ABL) do complexo em 5 mil metros quadrados. Também é projetada a construção de uma nova torre comercial na esquina com a Avenida Veríssimo de Amaral.
Ainda não há previsão para tirar esses projetos do papel. Enquanto isso, na esquina da Nilo Peçanha com a Veríssimo de Amaral, o shopping preparou uma nova praça com brinquedos. A inauguração desta área ocorre neste sábado (18).
Serviços e entretenimento
Luckei, citado na abertura da reportagem, é apenas um dos 4 milhões de clientes que já passaram pelo Viva Open Mall desde que o empreendimento foi inaugurado. Entre esse grupo, ele é o tipo de frequentador mais desejado pelos administradores do complexo, já que consome diariamente em mais de uma operação do shopping.
— Aqui eu resolvo minha vida. Tem dias que venho a pé, é muito tranquilo. Quando faço compras prefiro vir de carro. Entro e saio muito rápido. Treino e almoço quase todos os dias no shopping, e sei de mais gente que faz o mesmo — diz o estudante.
Para atender às famílias do entorno, o Viva Open Mall aposta em marcas locais dos segmentos de serviços e entretenimento.
De serviços, uma das operações que mais traz fluxo ao Viva é a Pronto Kids, uma clínica de pronto-socorro privada para crianças. Desde que chegou ao centro comercial, a marca, que antes tinha um consultório na Avenida Carlos Gomes, já ampliou três vezes seu espaço no shopping.
O fluxo trazido pela clínica também puxou mais marcas voltadas ao público infantil. Em um corredor ao lado da Pronto Kids há lojas de roupas para crianças, uma de fantasias, uma brinquedoteca e uma casa de festas.
Na terça-feira (9), a professora Carla Hoch, 39, levou sua filha, uma bebê de um ano e dois meses, para uma consulta. Enquanto aguardava ser chamada, fez compras em uma das lojas ao lado.
— Eles (Pronto Kids) dão pagers que apitam quando chega a minha vez de ser atendida. Dei uma passeada enquanto isso e vi esse um sapatinho, coisa mais linda. Tive que comprar — diz a mãe.

— Nosso cliente busca conveniência. São muitas famílias. A região tem essa característica. Nos eventos que organizamos, festa junina, feiras, vêm muitas crianças em carrinhos. É isso que queremos mesmo. Estamos com apenas quatro pontos disponíveis para locação. Em breve teremos mais uma clínica de vacinação — adianta Kisslinger.
Gastronomia variada
Outra aposta forte do Viva Open Mall é na gastronomia. O shopping conta com opções que incluem culinária japonesa, massas, comida mexicana, carnes, pizzas e hambúrgueres.
A praça de alimentação é utilizada também por pessoas para trabalhar ou estudar com seus notebooks. A maior parte vem do Atum Workstyle, um coworking (espaço compartilhado de trabalho) no segundo andar do shopping.

A designer Ana Batista, 29 anos, aluga uma sala no coworking, mas em dias de sol opta por trabalhar ao ar livre.
— O sinal de internet é bom aqui embaixo também. Tem mais colegas que fazem o mesmo. Posso almoçar aqui enquanto já adianto algumas demandas. Acho prático — diz Ana.
No horário de almoço, o Viva isenta o tíquete de estacionamento, o que acaba atraindo, também, pessoas que não trabalham no entorno.
Já à noite, é o Gaúcha Sports Bar que traz moradores de outros bairros para assistir aos jogos de futebol no local. Em dias de partidas, claro, o movimento é maior — e aumenta ainda mais quando a Rádio Gaúcha faz transmissões dentro do restaurante.

O Gaúcha Sports Bar é operado pelo tradicional Brechó do Futebol, bar que nasceu no Centro Histórico e que hoje também tem operação no Moinhos de Vento. Para ter fluxo também ao meio dia, passou a oferecer um bufê de almoço no Viva.
Segundo Kisslinger, há uma rotatividade anual de 10% de marcas que entram e saem do Viva Open Mall, um movimento comum no segmento de shopping centers. Neste momento, a gestão do empreendimento negocia com empresas de gastronomia para ocupar uma área de 200 metros quadrados.



