
Após confusão generalizada, a Câmara Municipal retomou a sessão desta quarta-feira (15) por menos de 20 minutos. Logo na reabertura, a presidente da Câmara, Comandante Nádia (PL), anunciou a retirada do projeto de concessão do Dmae da pauta e encerrou os trabalhos.
— Quero comunicar que segunda-feira nós vamos continuar com o encaminhamento e a votação do código de limpeza urbana e que, eu estou aqui me comprometendo, o projeto da concessão do Dmae não acontecerá na segunda-feira. Não vai ter nem discussão do projeto — anunciou a parlamentar.
Ao término da sessão, manifestantes, que estavam nas galerias, gritavam "não à privatização" e "o povo unido jamais será vencido".
Sessão foi suspensa após tumulto
Na pauta da sessão desta quarta, estava a análise do projeto de concessão do Dmae à iniciativa privada e também a proposta que atualiza o código municipal de limpeza urbana e restringe a atuação dos catadores na Capital.
O clima de tensão na Câmara escalou no início da tarde, quando manifestantes foram barrados no portão do Legislativo. Agentes de segurança liberavam a entrada de 10 pessoas por vez, apreendendo itens como mastros e bandeiras. Quando o contingente atingiu o máximo permitido pela Câmara para a ocupação das galerias, a entrada foi suspensa. A presidente da Casa, Comandante Nádia (PL), disse que a limitação se deve ao protocolo de segurança.
Insatisfeito, o grupo decidiu romper a barreira de segurança e entrar no pátio da Câmara. Nesse momento, os portões do Legislativo foram fechados, e agentes da Guarda se perfilaram na entrada inferior da Câmara.
Na sequência, vereadores do PT, PSOL e PCdoB foram ao encontro dos manifestantes, que alegaram agressão por parte dos guardas. Logo após a saída dos parlamentares, começaram os disparos de balas de borracha, a deflagração de bombas de gás lacrimogêneo e o uso de spray de pimenta.
Grazi Oliveira (PSOL), Atena Roveda (PSOL), Giovani Culau (PCdoB), Erick Dênil (PCdoB) e Juliana de Souza (PT) foram diretamente atingidos. A sessão foi suspensa por cerca de duas horas.
"Garantir a integridade das pessoas"
A Comandante Nádia afirmou que a intervenção da Guarda foi necessária por razões de segurança:
— A intervenção foi para garantir a integridade das pessoas e a preservação da ordem, que é uma condição indispensável. Manifestações são bem vindas desde que ocorram dentro dos limites do regimento — disse a presidente da Casa.
A vereadora ainda disse que a Câmara adotará um "protocolo mais rígido" em sessões com a discussão de projetos polêmicos.




