
O secretário da Saúde de Porto Alegre, Fernando Ritter, explicou nesta quarta-feira (27) o critério utilizado para definir as fiscalizações da Vigilância Sanitária. Em entrevista ao programa Timeline, da Rádio Gaúcha, Ritter afirmou que as ações são feitas a partir da ordem cronológica das denúncias. (Veja a entrevista na íntegra abaixo)
— A gente não escolhe o local para poder fazer a atividade. A gente trabalha com denúncias, por ordem de chegada e faz essas avaliações. Conforme for a denúncia, às vezes tem prioridade. O que passa na frente é surto. Quando tem duas ou mais pessoas que entraram no serviço de saúde relatando que tenham comido em algum lugar específico, é feita uma notificação obrigatória — explicou.
O número de queixas recebidas neste ano já superou o registrado durante todo o ano passado: 1.404 até esta semana. Dessas, 843 foram avaliadas como do escopo de atuação da vigilância, com 43% delas resultando em uma fiscalização.
Apenas 30 estabelecimentos foram fechados preventivamente e outros 10 foram interditados parcialmente. Na avaliação de Ritter, é natural que haja mais chamados em locais onde os estabelecimentos se concentram.
— Nós temos um distrito gastronômico em Porto Alegre que passa pelo Centro, Cidade Baixa, Moinhos, 4º Distrito. Então, é natural que tenha mais denúncias. A gente também tem ali um público mais exigente — afirmou.
As denúncias tiveram alvo 87 bairros da Capital, mas o maior número de reclamações se concentrou no Centro Histórico (68). O ranking de registros é seguido por Partenon (45), Jardim Botânico (44) e Moinhos de Vento (30). Cidade Baixa, Cristo Redentor, Azenha, Bom Fim, Cristal, Santana e São João receberam entre 30 e 20 denúncias.
As ações têm provocado reações contrárias de empreendedores do ramo. Com o movimento, Ritter foi chamado para ir à Câmara de Vereadores de Porto Alegre. O secretário confirmou que irá comparecer à sessão desta quarta e ainda classificou o empresariado gastronômico da Capital como de "alto gabarito", reforçando que não é possível generalizar.
Perguntado em específico sobre os questionamentos dos proprietários da Casa Vivá, no Moinhos de Vento, Ritter afirmou que a SMS irá se manifestar após uma análise do que os donos apontarem, oficialmente, de supostos excessos cometidos.
— Nós vamos formalizar, nos próximos dias, o pedido desse relatório das inconsistências que eles entendem que foram cometidas pelo fiscal e também as câmeras de segurança para poder fazer uma análise e, aí sim, se pronunciar sobre esse tema — anunciou.
Entre os temas que Ritter acredita que serão abordados está a forma como é feita a divulgação das interdições, que é um tópico que está sendo analisado pela pasta. Conforme o secretário, os servidores receberam de maneira muito positiva a utilização de câmeras corporais durante as ações.


