
Quatro artistas com uma tela em branco à frente e 30 minutos para desenvolver uma pintura. Ao final do tempo, o público presente vota nas suas preferidas, e os dois mais lembrados avançam para nova rodada de pinturas, desta vez com 35 minutos de duração. Decorrido este prazo, ocorre nova votação dos presentes, e um vencedor é aclamado.
Esta é a proposta do Art Battle, maior competição de pintura ao vivo do mundo. O evento foi criado no Canadá, em 2007, e já foi realizado em dezenas de cidades pelo mundo. Neste sábado (5), uma nova edição ocorreu em Porto Alegre.
— Esse é um evento muito conhecido no mundo todo, no Brasil já realizamos há mais de 10 anos, e mesmo em Porto Alegre, a primeira edição foi em 2016. É uma competição, tem um vencedor, mas todo mundo que participa ganha, pois os artistas ganham uma oportunidade de mostrar seu trabalho e o público pode consumir arte nessa dinâmica diferente, além de concorrer para levar as telas — ressalta Vinicius Amorim, curador e produtor executivo do Art Battle no Brasil.
O evento ocorreu no BarraShopping Sul, entre 17h e 20h. Centenas de pessoas acompanharam a competição desde o início — além de votar em suas pinturas favoritas, o público participante ainda concorreu a sorteios de cada uma das seis telas que foram pintadas ao longo do dia.
— Estava passeando no shopping, não sabia que teria o evento, e quando vi resolvi assistir. Eu também desenho, e estou gostando bastante de acompanhar — afirmou Matheus Oliveira, 26 anos, que estava na plateia.
Os quatro artistas que participaram da competição neste sábado são gaúchos. Ashanti é porto-alegrense e conhecida por seus trabalhos que combinam moda e artes visuais. Já Tiago Berao, também um artista de Porto Alegre, assinou um dos murais do Festival Olhe Pra Cima na Capital.
— Essa foi a primeira vez que participei de uma dinâmica assim. Estava ansiosa, mas fiquei bem satisfeita com a obra que produzi e com a experiência de participar do evento — afirma Ashanti.
— Já tinha participado de outras edições do Art Battle, mas é sempre uma experiência diferente. Estar próximo do público assim durante o processo de produção traz uma energia única para o trabalho — complementa Tiago.
Final entre artistas de São Leopoldo e Rosário do Sul
Os outros dois participantes da competição, que venceram o primeiro round e fizeram a final, foram Leandro Alves, de Rosário do Sul, e Rara, de São Leopoldo. Mais experiente, Leandro tem cerca de vinte anos de trajetória voltada ao grafite e ao muralismo, com obras que remetem principalmente a questões sociais e ambientais.
— Esse tipo de evento é muito importante para a divulgação do nosso trabalho, para que o público presente possa nos acompanhar depois da competição. A verdadeira batalha que existe é para o artista independente conseguir viver de arte no Brasil — reforça Leandro.
Já Rara, ou Raríssima, é uma jovem tatuadora de 22 anos, que vem desenvolvendo cada vez mais novas expressões artísticas através do grafite e da pintura. Foi ela a grande vencedora da noite, ovacionada pelo público após a rodada final.
— Foi minha primeira vez participando desse evento, mas foi demais. Já tinha uma ideia das imagens na cabeça, mas na hora também acabei improvisando bastante. Fiquei muito feliz com o resultado — destaca a artista.
