
O semblante de surpresa e insatisfação era comum nas paradas dos ônibus intermunicipais na manhã desta sexta-feira (4). A notícia sobre o aumento de 8% na passagem da modalidade comum e 5% nas modalidades executivo, semi-direto, direto e seletivo gerou indignação nos usuários.
A vendedora Gládis Carvalho, de 56 anos, aguardava o coletivo para o bairro Jardim Algarve, em Alvorada. Nessa linha, a passagem sobe de R$ 7,15 para R$ 7,75:
— Acho horrível, porque o salário da gente não aumenta. Já está bem alta a passagem. Os ônibus estão péssimos. Ônibus velho, ar-condicionado que só liga sem necessidade. É difícil para o trabalhador — relatou.
O aumento pegou o estudante Iarley Sastro, de 19 anos, de surpresa. Ele mora em Gravataí e faz o trecho até Porto Alegre diariamente. Na linha Morada do Vale, uma das mais utilizadas na cidade, a alta será de R$ 9,35 para R$ 10,10:
— Acho um absurdo. Pagamos tanto imposto. Moro longe, tem que vir todo dia e aumenta (a passagem), é um absurdo — lamentou o jovem.
A aposentada Noeli Becker, de 69 anos, é moradora de Viamão e espera pela linha Monte Alegre. A tarifa nesta linha passará de R$ 7,85 para R$ 8,50:
— Acho muito cara. Para quem fica uma hora na parada esperando está muito cara — opinou Noeli.
Mudança
O aumento foi anunciado nesta semana pela Fundação Estadual de Planejamento Metropolitano e Regional (Metroplan) e é válido para 19 empresas que operam na Região Metropolitana. As novas tarifas entram em vigor a partir da meia-noite deste sábado (5).
De acordo com a Metroplan, a menor tarifa vigente atualmente entre as linhas comuns é o trecho Taquara - Parobé, com preço de R$ 5,30, que passará a ser de R$ 5,75.
A maior tarifa vigente entre as linhas comuns é entre Santo Antônio da Patrulha - Porto Alegre. A passagem no trecho passará de R$ 29,70 para R$ 32,10. As tarifas podem ser consultadas no site da Metroplan.
Este é o segundo reajuste na tarifa de ônibus da Região Metropolitana em 2025. Outro aumento já havia sido feito em fevereiro. A Metroplan justifica que em 2022 a correção inflacionária não foi realizada por conta da pandemia de covid-19. Isso atrasou os reajustes, que foram aplicados em agosto de 2023 (6%, referente a 2022), janeiro de 2024 (5,66% referente a 2023) e fevereiro de 2025 (14%, referente a 2024).