
Em 2010, nascia uma das histórias mais icônicas de Porto Alegre. O episódio, em si, não foi tão hilário: o ator gaúcho Werner Schünemann dormiu no volante e seu carro caiu no Arroio Dilúvio. O acontecimento, que virou meme, é lembrado com bom humor pelo artista:
— Eu tinha um papel histórico para cumprir, que era proclamar a independência do Dilúvio — brincou, em entrevista ao programa Timeline, da Rádio Gaúcha, nesta sexta-feira (20). (assista abaixo)
O ator já havia provocado risadas logo após sair do Dilúvio. Em 2010, ainda com a voz arrastada por conta do cansaço e do calmante que tomou no dia anterior, Werner não sabia, mas estava prestes a dizer, em tom de desabafo, as palavras que mudariam a sua trajetória:
— O cinto de segurança não faz a mínima diferença, quem faz a diferença é o airbag. Se todos os carros tiverem airbag, ninguém mais precisa de cinto de segurança. Chega de carro sem airbag. Eu teria me machucado muito, mas não bati em nada, eu flutuava dentro do carro. Cinto de segurança é da época das carroças.
Se a gente tem uma maneira de encarar como uma brincadeira em cima de nós mesmos, sempre vamos estar mais próximos da verdade
WERNER SCHÜNEMANN
Ator
Quinze anos depois, Werner reconhece a importância do cinto de segurança, mas ainda faz piada sobre os efeitos do meme na produção de veículos:
— Ajudei um pouco (com o fato de, hoje, os carros não serem mais fabricados sem airbag). Ao mesmo tempo, me sinto culpado porque fez com que parasse a produção de Kombis. Também ajudei um pouco a exterminá-las, porque não tem airbag em Kombi. (...) Me perguntaram se queria me envolver (com a aprovação da lei), mas não queria que existisse a Lei Werner Schünemann (risos). Mas, se não passasse na primeira, eu ia me envolver, porque vi a diferença.
Hoje, o episódio é homenageado em festas e músicas. Werner, inclusive, tem uma banda que brinca com o assunto:
— Acho legal que o episódio tenha sido capturado pelo lado bom da vida. (...) Não podemos nos levar a sério a ponto de acreditar na seriedade. Se a gente tem uma maneira de encarar como uma brincadeira em cima de nós mesmos, sempre vamos estar mais próximos da verdade.