Alunos de duas turmas da Escola Municipal Especial de Ensino Fundamental Professor Eliseu Paglioli, no bairro Cristal, em Porto Alegre, começaram a ser dispensados três vezes por semana devido a falta de professores. Cada uma das turmas tem lotação máxima de oito alunos, com idades entre 10 e 14 anos. Os estudantes dessas classes agora têm aulas apenas às segundas e terças pela manhã – na quarta, na quinta e na sexta-feira, são liberados.
A escola atende a 199 estudantes com deficiência intelectual e deficiência associada, como cegueira ou autismo. Conforme o diretor, Marco Aurélio Ferraz, a Secretaria Municipal de Educação (SME) foi comunicada sobre o problema, mas não resolveu a situação. Faltam três professores, e outros oito estão prestes a se aposentar.
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– Parece pouco, mas, para uma escola especial, a falta de professores influencia muito. Tentamos várias possibilidades, mas chegamos ao nosso limite. Chegou ao ponto de as turmas terem um professor diferente a cada dia da semana, e, como os alunos são especiais, precisam de rotina. Eles passaram a ficar mais agressivos e incomodados. A comunidade se revoltou – relata Ferraz.
Segundo o diretor, a secretaria chegou a anunciar a possibilidade de nomeações de profissionais aprovados em concurso, porém, isso não ocorreu.
– Estamos alertando para esse problema desde novembro do ano passado. Mostramos as dificuldades da escola, mas não recebemos novos profissionais – lamenta.
A SME afirma que será feito um remanejamento de professores dentro da própria escola, entre os setores, a partir da semana que vem, para evitar que os alunos sejam dispensados. A pasta já havia confirmado, em maio, déficit de 240 professores com carga horária de 20 horas na rede municipal, dentro de um universo de 4 mil educadores.