
Três dias após conversar por telefone com Donald Trump, Luiz Inácio Lula da Silva afirmou acreditar que "o problema do Brasil com os Estados Unidos será resolvido". O presidente brasileiro abordou a relação entre os países durante evento de inauguração da primeira fábrica da BYD no Brasil, nesta quinta-feira (9), em Camaçari, na Bahia.
Lula defendeu o multilateralismo e disse que o Brasil "não tem preferência por países", mas busca "estabelecer uma relação civilizada com o mundo". A fala refere-se ao tarifaço imposta por Trump sobre os produtos brasileiros.
— É por isso que nós não concordamos quando os EUA tomou posição de taxar os produtos brasileiros com base em coisas que não eram verdadeiras. Acho que nosso problema com os EUA será resolvido — disse Lula.
Lula seguiu o discurso com citação a outros países, em que afirma que o objetivo é manter uma boa relação do Brasil com o mercado internacional.
— A gente quer estar bem com a China, a gente quer estar bem com os EUA, a gente quer estar bem com a Argentina, a gente quer estar bem com o Uruguai, a gente quer estar bem com Bolívia. Não queremos estar mal com nenhum país — declarou.
Relação com a China
Em outro momento do discurso, Lula citou a amizade que considera ter com Xi Jinping, presidente da China.
— Eu me considero amigo do presidente Xi Jinping e tenho certeza que ele se considera amigo do Brasil porque nos tratamos como dois países importantes do Sul Global e não aceitamos que ninguém meta o dedo no nosso nariz. Queremos ser respeitados e tratados com muita decência — disse.
Derrota na Câmara
Lula ainda fez críticas à Câmara dos Deputados, onde a medida provisória (MP) 1.303/2025, criada como alternativa ao aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), considerada prioridade da atual gestão, perdeu a validade.
— Ontem (quarta-feira) foi triste porque uma parte do Congresso Nacional votou contra a taxação que a gente queria fazer dos bilionários deste país, daqueles que ganham muito e pagam pouco. Vocês não podem ficar quietos — expressou.
O presidente aumentou o tom ao citar a disparidade de impostos no país.
— Se um trabalhador pode pagar 27,5%, por que um ricaço não pode pagar 18%? Ainda fizemos acordo para 12% e eles não quiseram pagar. Eles podem saber que é uma questão de dias, eles vão pagar o imposto que merecem aqui no Brasil porque o povo trabalhador não vai deixar isso barato — disse.

