
Após a conversa entre Donald Trump e Luiz Inácio Lula da Silva, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) se manifestou em rede social no final da tarde desta segunda-feira (6). No X, ele disse que "a esquerda sabe que não foi uma vitória".
"A esquerda sabe que não foi uma vitória. Mas para seu público de fanáticos eles tentarão emplacar as suas narrativas fantasiosas", escreveu o deputado brasileiro, que reside nos Estados Unidos desde março.
Ele também citou que a escolha de Marco Rubio para seguir com as negociações foi um "golpe de mestre" de Trump:
"Não dificultem as coisas para o Brasil, ajudem-nos! O Secretário Rubio conhece muito bem a América Latina. Ele sabe exatamente como os regimes totalitários de esquerda operam na região. Ele sabe como o Judiciário foi transformado em arma para perseguição política. Ele não vai cair nas bobagens do regime sobre a "independência" de um Judiciário capturado. A escolha do Presidente
Donald Trump só torna as coisas mais difíceis para o regime de exceção. Um golpe de mestre!"
A conversa
A chamada entre Lula e Trump ocorreu às 10h30min desta segunda-feira (6) e durou cerca de 30 minutos. O presidente dos Estados Unidos fez uma postagem na rede Truth Social em que comenta a conversa com Lula.
"Nesta manhã, tive uma ótima conversa telefônica com o presidente Lula, do Brasil. Discutimos muitos assuntos, mas o foco principal foi a economia e o comércio entre nossos dois países. Teremos novas discussões e nos encontraremos em um futuro não muito distante, tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos. Gostei da conversa — nossos países se darão muito bem juntos!", escreveu Trump.
Em nota divulgada mais cedo, o Palácio do Planalto informou que a conversa entre os presidentes teve "tom amistoso" e que Lula e Trump "relembraram a boa química que tiveram em Nova York".
"Os dois presidentes reiteraram a impressão positiva daquele encontro", diz trecho do documento.
Conforme o governo federal, Lula ainda solicitou que Trump retire a sobretaxa de 40% imposta a produtos brasileiros e as medidas restritivas contra autoridades do pais. O petista aproveitou ainda para reiterar o convite para que o republicano compareça à COP30, em Belém, e mostrou disposição para um encontro presencial, inclusive em solo norte-americano.
Veja a íntegra do comunicado do Palácio do Planalto:
"O presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu na manhã desta segunda-feira, 6 de outubro, telefonema do presidente Donald Trump, dos Estados Unidos. Em tom amistoso, os dois líderes conversaram por 30 minutos, quando relembraram a boa química que tiveram em Nova York por ocasião da Assembleia Geral da ONU. Os dois presidentes reiteraram a impressão positiva daquele encontro.
O presidente Lula descreveu o contato como uma oportunidade para a restauração das relações amigáveis de 201 anos entre as duas maiores democracias do Ocidente. Recordou que o Brasil é um dos três países do G20 com quem os Estados Unidos mantêm superávit na balança de bens e serviços. Solicitou a retirada da sobretaxa de 40% imposta a produtos nacionais e das medidas restritivas aplicadas contra autoridades brasileiras.
O presidente Trump designou o secretário de Estado Marco Rubio para dar sequência às negociações com o vice-presidente Geraldo Alckmin, o chanceler Mauro Vieira e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Ambos os líderes acordaram encontrar-se pessoalmente em breve. O presidente Lula aventou a possibilidade de encontro na Cúpula da Asean, na Malásia; reiterou convite a Trump para participar da COP30, em Belém (PA); e também se dispôs a viajar aos Estados Unidos.
Os dois presidentes trocaram telefones para estabelecer via direta de comunicação. Do lado brasileiro, a conversa foi acompanhada pelo vice-presidente Geraldo Alckmin, os ministros Mauro Vieira, Fernando Haddad, Sidônio Palmeira e o assessor especial Celso Amorim."

