
A Polícia Federal (PF) afirmou que precisa de agentes dentro da casa de Jair Bolsonaro para realizar o monitoramento do ex-presidente. A medida foi enviada ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), nesta terça-feira (26). As informações são do g1.
A manifestação ocorre após Moraes determinar o monitoramento em tempo integral do ex-presidente, na residência onde ele cumpre prisão domiciliar desde 4 de agosto e medidas cautelares, como o uso de tornozeleira eletrônica.
Conforme a PF, a tornozeleira eletrônica do ex-presidente depende da internet para enviar informações. Uma queda no sinal, portanto, daria tempo para uma eventual fuga.
Neste caso, as equipes de vigilância fora da residência do ex-presidente não seriam suficientes para impedir a ação, justificou a PF.
Moraes determina monitoramento em tempo integral
Durante a tarde, Moraes determinou reforço policial para monitoramento em tempo integral da residência de Bolsonaro.
A decisão foi encaminhada à Polícia Penal do Distrito Federal e estabelece também que a ação seja feita de forma discreta, sem “exposição indevida”.
“O monitoramento realizado pelas equipes da Polícia Penal do Distrito Federal deverá evitar a exposição indevida, abstendo-se de toda e qualquer indiscrição, inclusive midiática, sem adoção de medidas intrusivas da esfera domiciliar do réu ou perturbadoras da vizinhança; ficando ao seu critério a utilização ou não de uniforme e respectivos armamentos necessários à execução da ordem”, decidiu Moraes.
O ministro também determinou que os advogados de Bolsonaro sejam intimados da decisão. O ex-presidente é um dos oito réus no STF no processo da trama golpista. O julgamento começará no dia 2 de setembro.
“Assim, considerando a proximidade do julgamento de mérito da AP 2.668/DF (denúncia do golpe) e o fundado quanto à suficiência das medidas cautelares decretadas, verifica-se adequado e necessário o monitoramento do réu e investigado Jair Messias Bolsonaro”, completou o ministro.
PGR recomendou monitoramento em tempo real
A medida atende recomendação pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet, em resposta a ofício encaminhado pela Polícia Federal (PF) e enviado à Corte.
No documento, a PF afirma que recebeu ofício do líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias, apontando risco concreto de fuga de Bolsonaro e possibilidade de tentativa de ingresso na Embaixada dos Estados Unidos da América e pedido de asilo político.



