
O ex-presidente Jair Bolsonaro e o deputado federal Eduardo Bolsonaro foram indiciados no inquérito da Polícia Federal que apurava suspeita de obstrução de processo e atuação contra autoridades brasileiras.
Em relatório de 170 páginas, a PF atribui os crimes de coação no curso do processo e tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito por meio da restrição ao exercício dos poderes constitucionais. O documento foi enviado ao Supremo Tribunal Federal na sexta-feira (15).
O documento indica que foram extraídos do celular de Jair áudios e conversas com Malafaia e Eduardo Bolsonaro que haviam sido apagados, registros que reforçariam as tentativas de articulação para intimidar autoridades e atrapalhar inquéritos que apuram a trama golpista, conforme o g1.
Além disso, a PF encontrou no celular do ex-presidente um arquivo de texto de 33 páginas com última modificação em fevereiro de 2024. O conteúdo remete a pedido de asilo político ao presidente da Argentina, Javier Milei, conforme a polícia.

Investigação
Aberta em maio, a apuração também mirou ações contra o Supremo Tribunal Federal (STF) e agentes públicos, além de tentativas de obter sanções internacionais contra o Brasil.
De acordo com o ministro Alexandre de Moraes, relator do caso no STF, as condutas investigadas teriam como finalidade prejudicar o andamento do processo em que Jair Bolsonaro responde por tentativa de golpe de Estado.
Entre os crimes apurados estavam coação no curso do processo, obstrução de investigação de organização criminosa e tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito.
Leia a íntegra do relatório
Malafaia alvo da PF
A Polícia Federal cumpriu mandado de busca pessoal e de busca e apreensão de aparelhos celulares do pastor Silas Malafaia nesta quarta.
A medida cumpriu decisão do STF, conforme a PF. Também foram executadas medidas cautelares diversas da prisão, entre elas:
- Proibição de deixar o país, com apreensão de passaporte
- Proibição de manter contato com outros investigados, Eduardo e Jair Bolsonaro
Malafaia foi abordado por policiais federais ao desembarcar de voo proveniente de Lisboa e está sendo ouvido nas dependências do aeroporto.


