
Correção: o ex-presidente Jair Bolsonaro não foi indiciado neste inquérito, como publicado entre as 09h11min e 21h desta terça-feira (17). O texto já foi corrigido.
A Polícia Federal (PF) indiciou 36 pessoas no inquérito que investigou o uso da Agência Brasileira de Informações (Abin) para espionagem ilegal. Entre elas também estão o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos) e o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ).
A investigação também respingou na atual gestão. Constam na lista de indiciados o atual diretor-geral da Abin, o delegado federal Luiz Fernando Corrêa, nomeado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e o número dois da agência Alessandro Moretti.
Nome de confiança do PT, Corrêa já havia chefiado a Polícia Federal no segundo mandato de Lula, entre 2007 e 2001.
A PF aponta que houve "conluio" entre a atual gestão da Abin e a direção anterior para evitar que monitoramentos ilegais viessem a público.
Segundo o inquérito, a Abin foi aparelhada por um esquema de espionagem ilegal para atender a interesses políticos e pessoais de Bolsonaro e integrantes de sua família.
Em outubro de 2023, foi deflagrada pela PF a Operação Última Milha. O nome da operação faz referência ao software "espião" FirstMile. Segundo a investigação, o programa foi utilizado 60 mil vezes pela Abin entre 2019 e 2023, com um pico de acessos em 2020, ano de eleições municipais.
Em janeiro de 2024, os endereços de Alexandre Ramagem foram alvos de busca e apreensão na Operação Vigilância Aproximada.
As investigações indicaram que policiais, servidores e funcionários da agência teriam formado uma organização criminosa para monitorar pessoas e autoridades públicas, invadindo celulares e computadores durante a gestão Bolsonaro.
Conforme informações divulgadas no g1, no caso do ex-presidente Jair Bolsonaro, ele tinha conhecimento do esquema e era o principal beneficiário, mas ele já havia sido indiciado e já é réu no STF pelo crime de organização criminosa na ação penal da tentativa de golpe.