
O governador Eduardo Leite afirmou, nesta segunda-feira (16), que o governo do Rio Grande do Sul vai patrocinar parte do desfile da Portela no Carnaval do Rio de Janeiro em 2026, mas que não será o financiador único da exibição cultural. A escola de samba anunciou, na sexta-feira (13), que terá a cultura afro do Estado como tema do enredo, inspirado na história de Príncipe Custódio, líder de origem africana que chegou a Porto Alegre no início do século 20 e se tornou uma figura de grande influência religiosa e política.
Segundo o governador, o governo do RS fará um aporte financeiro, como ocorre com outros eventos.
— O Estado não vai pagar o desfile todo, mas o Estado deverá ajudar de alguma forma, inclusive financeiramente. Mas não vai pagar o desfile, serão apoios como nós damos apoios a diversos eventos de interesse do Rio Grande do Sul, que posicionam o nosso Estado estrategicamente. Neste também é, do ponto de vista estratégico, um posicionamento. Mas é muito importante deixar claro, o Estado não vai pagar a conta do desfile, o Estado não vai bancar o desfile, o Estado prestará algum auxílio — disse Leite.
Na mesma resposta, o governador afirmou que o valor que será destinado à Portela ainda não está definido.
— Não está definido ainda… Não temos nenhuma discussão sobre valores neste momento. Muitas empresas gaúchas poderão ser chamadas a contribuir, haverá mobilização de todos aqueles que entendam que o repertório do desfile é meritório, e o Estado se associa, dá o seu apoio, mas não tem definição ainda de valores — afirmou Leite.

Ao se manifestar sobre o tema, Leite valorizou o enredo proposto pela Portela para o próximo desfile na Sapucaí.
— O Estado sempre valoriza muito todas as etnias que compõem a nossa formação étnica, mas tomam mais destaque as influências germânicas, italianas, portuguesas. E a influência afro talvez não tenha a mesma dimensão de exibição que as outras etnias sempre tiveram. Então é uma decisão muito meritória da Portela, interessante para o Estado do Rio Grande do Sul de mostrar esta negritude presente — disse Leite.
A fala ocorreu ao fim de um evento de mobilização política realizado pela Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs) com objetivo de pressionar o governo federal a custear a renegociação da dívida do agronegócio gaúcho. Na oportunidade, Leite voltou a defender que o governo federal utilize parte dos recursos do Fundo Social para auxiliar os agricultores e pecuaristas gaúchos que acumulam perdas por conta de estiagens e da enchente dos últimos anos.