
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu na quinta-feira (22) manter o depoimento do comandante da Marinha, Marcos Sampaio Olsen, como testemunha na ação penal sobre a trama golpista ocorrida durante o governo Bolsonaro.
Ainda na quinta-feira, Olsen havia pedido dispensa do depoimento, previsto para as 14h desta sexta-feira (23) no STF. O comandante disse que "desconhece os fatos objeto de apreciação na presente ação penal" e pediu para não depor.
O comandante foi indicado como testemunha de Almir Garnier, ex-comandante da Marinha no governo Bolsonaro e um dos réus do núcleo 1 do processo.
Apesar do pedido de dispensa, os advogados de Garnier afirmaram que a oitiva de Olsen é necessária para esclarecer se houve "qualquer conversa ou tratativa interna relacionada à movimentação ou preparação de tropas".
Conforme a investigação, o ex-comandante teria colocado a força à disposição de Bolsonaro no caso da decretação de um estado de sítio ou de uma operação de Garantia da Lei e da Ordem (GLO), no final de 2022.
Além de Garnier, o núcleo 1 é composto pelos seguintes réus:
- Jair Bolsonaro, ex-presidente da República
- Walter Braga Netto, general do Exército, ex-ministro e vice de Bolsonaro na chapa das eleições de 2022
- Augusto Heleno, general do Exército e ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional
- Alexandre Ramagem, ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência - Abin
- Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e ex-secretário de segurança do Distrito Federal
- Paulo Sérgio Nogueira, general do Exército e ex-ministro da Defesa
- Mauro Cid, delator e ex-ajudante de ordens de Bolsonaro