
Para o governador Eduardo Leite, a baixa adesão aos protestos contra o presidente Jair Bolsonaro, no último domingo (12), se deve ao fato de que discursos "mais moderados" não angariam tanto apoio popular. Ao ser questionado, nesta segunda-feira (13), se os atos haviam lhe frustrado, Leite minimizou o tamanho do público e defendeu a bandeira da defesa da democracia.
– A moderação não rende “likes” e compartilhamentos nas redes sociais. Entre dois lados histriônicos, os polos que se enfrentam e ao mesmo tempo se alicerçam, a gente vê capacidade de mobilizar nas ruas. Mas existe uma maioria silenciosa, como eu já disse em outras oportunidades, que pode não estar nas ruas, mas que compartilha dos mesmos sentimentos. É um processo. Fiz a minha manifestação pela democracia defendendo o respeito às instituições, às pessoas e que o país passe a atacar os problemas e não uns contra os outros – afirmou Leite.
Os protestos de domingo foram chamados pelo MBL e outros movimentos de direita. Inicialmente convocados com o lema Nem Bolsonaro nem Lula e depois do 7 de Setembro transformados apenas em Fora Bolsonaro, os atos não contaram com apoio dos partidos de centro-esquerda e centro-direita, apenas com participações pontuais de integrantes de legendas desses campos.
Na mesma resposta a GZH, Leite trouxe à tona o horizonte de impeachment do presidente:
– Jair Bolsonaro traz problemas ao Brasil. Se não sair por um processo de impedimento, tenho confiança de que sairá nas urnas, pela população. Mas é importante que (a população) se manifeste para que a gente marque o limite. Eu fui (ao protesto de domingo) como cidadão para marcar os limites de onde não pode passar como (Bolsonaro) governante dentro de uma estrutura constitucional da nossa democracia.
Além de Leite, outros quatro pré-candidatos à eleição presidencial de 2022 participaram dos protestos do último domingo. Ciro Gomes (PDT), João Doria (PSDB), Luiz Henrique Mandetta (DEM) e Alessandro Vieira (Cidadania) participaram do ato na Avenida Paulista, em São Paulo.