O vice-prefeito de Porto Alegre, Gustavo Paim (PP), preferiu não entrar no mérito da denúncia que originou a abertura do processo de impeachment contra o prefeito Nelson Marchezan (PSDB), decidido nesta quarta-feira (5) pela Câmara Municipal. Segundo o documento, o tucano usou verba do Fundo Municipal da Saúde para publicidade, o que seria ilegal. A prefeitura sustenta que o dinheiro foi usado para campanhas relacionadas à saúde, o que estaria previsto na legislação. Paim disse que sempre defendeu que Marchezan fosse julgado nas urnas, ao lembrar que as eleições foram remarcadas para novembro.
— Mas é preciso respeitar o parlamento, que decidiu pela abertura em sua ampla maioria. Esse julgamento caberá à Câmara de Vereadores. Não cabe a mim julgar. Eu repeito muito o parlamento. Respeito muito essa decisão de querer investigar, de fiscalizar o Executivo — destacou o progressista.
Os abraços e elogios no início do mandato foram trocados, nos últimos meses, por críticas de ambas as partes. Paim considera que Marchezan foi injusto ao dizer, em entrevista à Rádio Gaúcha, em novembro de 2019, que os pedidos de impeachment até então apresentados teriam sido articulados no gabinete dele.
— A defesa do prefeito nos cinco pedidos de impeachment anteriores é que foi articulada no meu gabinete. Tanto é que nenhum passou — disse Paim.
Perguntado se desta vez participou de articulação para que o processo de impeachment fosse aberto, garantiu que não.
— Fiquei 100% fora. Não trato desse assunto. Confesso que preferi nem ler a peça. Na sexta-feira (31) de noite, no meio de uma live, fiquei sabendo do processo de impeachment. Procurei ficar muito alheio a tudo isso — concluiu Paim.
O vice-prefeito é pré-candidato à prefeitura de Porto Alegre. Marchezan disputará a reeleição.