O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quarta-feira (4) que decidiu adotar todas as sugestões de vetos ao projeto de abuso de autoridade feitas pelos ministros da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, da Advocacia-Geral da União, André Mendonça, da Controladoria-Geral da União, Wagner Rosário, e Secretaria-Geral, Jorge Oliveira.
O anúncio foi feito por Bolsonaro em sua conta no Twitter. Apesar da declaração, ele não adiantou quantos ou quais dispositivos da proposta serão efetivamente vetados.
"Com essa medida garantimos que a essência do projeto foi preservada, sem prejuízo a juízes, promotores, policiais e demais autoridades no exercício de suas funções. Contudo, a palavra final do projeto ficará sob a responsabilidade do Congresso democraticamente eleito", escreveu Bolsonaro na rede social.
Só a AGU teria solicitado 14 vetos, enquanto que Moro teria pedido que nove dispositivos fossem barrados.
O projeto endurece as punições por abuso de autoridade de agentes públicos, incluindo juízes, promotores e policiais.
Críticos do texto — que foi aprovado pelo Congresso em 14 de agosto — dizem que ele pode inviabilizar investigações do Ministério Público e da Justiça Federal. Já os parlamentares que apoiaram o projeto dizem que ele visa coibir abusos cometidos por esses órgãos.
Nesta terça-feira (3), Bolsonaro afirmou que deve impor em torno de 20 vetos à proposta.
O prazo para que o presidente se manifeste sobre os itens que pretende vetar acaba nesta quinta-feira (5).
Os vetos precisam ainda ser analisados pelo Congresso Nacional, que tem o poder de derrubá-los.