O Ministério Público Federal (MPF) autuou a Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) para apurar um possível caso de improbidade administrativa durante a passagem da caravana de Luiz Inácio Lula da Silva por Santa Maria. No último dia 20, o ex-presidente cumpriu agenda na universidade.
A representação foi feita, na semana passada, pelo bacharel em Direito da UFSM Giuseppe Riesgo, que também acionou o Ministério Público Eleitoral (MPE). No entendimento dele, o petista se valeu de uma estrutura federal para promover um ato de "campanha política antecipada".
O MPF deu 10 dias à UFSM, prazo que está correndo desde a última sexta-feira (23), para que a instituição forneça todas as informações solicitadas. Após receber as respostas, o Ministério Público vai decidir se é preciso requisitar abertura de inquérito policial. O fato pode gerar a abertura de uma ação civil pública de improbidade administrativa ou um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC).
Na manhã desta quarta-feira (28), o reitor, Paulo Burmann, afirmou estar tranquilo da postura dele à frente da instituição. Segundo ele, "não houve qualquer ato de improbidade administrativa" ao receber o petista no gabinete:
— Ao que me parece, a manifestação desse jovem (Riesgo) soa um tanto oportunista. O que ele fez foi algo totalmente descabido e sem fundamento.
O reitor adianta que a UFSM receberá qualquer candidato à presidência que queira cumprir agenda na instituição:
— A UFSM está aberta a receber todos os candidatos. É bom que se entenda que não somos uma ilha nem estamos fechados ao mundo. Além disso, como gestor não carrego qualquer bandeira política ou ideológica. Outra coisa que é preciso enfatizar: nós não agimos nunca à margem da lei.
No documento apresentado, o bacharel em Direito – que é filiado ao Partido Novo – alega que o questionamento dele não leva em consideração a condição partidária. Riesgo aponta, no ofício, que a ida da caravana à UFSM configura em "um ato de cunho político-partidário visando a recepção e comemoração da vinda do ex-presidente Lula, junto a membros do PT, ao município".
Durante visita do ex-presidente Lula à UFSM, manifestantes contrários e favoráveis a Lula trocaram agressões no campus da universidade.