
As eleições municipais de 2024 foram marcadas por embates entre os três candidatos à prefeitura de Caxias com o atual chefe do Executivo, Adiló Didomenico (PSD). Após o pleito, os concorrentes Denise Pessôa (PT), Felipe Gremelmaier (MDB) e Maurício Scalco (PL) retomaram suas vidas e sem deixar a política de lado.
Durante a campanha para majoritária, os atritos entre os candidatos foram evidentes, rendendo até processos na Justiça Eleitoral para retirada de vídeos das redes sociais e retratações durante o horário da propaganda gratuita na televisão. Mas Adiló conseguiu superar, no segundo turno, o ex-vereador Scalco com uma diferença de 6.254 votos.
Apesar da derrota em 2024, os três candidatos não deixaram a política. No caso de Denise, a caxiense voltou para Brasília, para o cargo de deputada federal, articulando reuniões e recursos para o município. Ainda, conquistou a cadeira de presidente da Comissão de Cultura da Câmara dos Deputados.
— Estamos trabalhando bastante, tanto pela cidade quanto pelo Estado e Brasil. Conseguimos articular muitas demandas e acompanhar outras, como a implantação da Universidade Federal, a questão da entrada do aeroporto no PAC, agora a Policlínica, que também foi uma articulação do nosso mandato — destaca Denise.
Já Gremelmaier fez uma grande mudança, já que saiu da oposição durante as eleições para assumir a atual secretaria unificada do Turismo e Desenvolvimento Econômico. Segundo ele, com a oportunidade, está conseguindo colocar em prática um pouco do plano de governo que defendeu durante a campanha.
— Tudo aquilo que a gente tem feito ou tentado fazer na secretaria do Turismo estava dentro do meu plano de governo. Aliás, essa foi uma das minhas condições para assumir a pasta — comenta.
Já Scalco segue como presidente do Partido Liberal (PL) em Caxias do Sul. No início do ano, o ex-vereador teria sido indicado para uma vaga como assessor de bancada na Casa Legislativa, mas, segundo ele, a situação não foi concretizada "por acertos partidários e por questões pessoais". Com isso, além da presidência do diretório local, atua como empresário do ramo corporativo.
— Estou com bastante trabalho na área política. A gente vai trabalhando, ganhando a vida como qualquer outra pessoa e qualquer outro empresário — resume.
Opiniões divergentes sobre o atual Governo Adiló
Para muitos, o atual governo de Adiló é uma continuação do seu primeiro mandato; para outros, uma nova administração. Na opinião de Denise e Scalco, a governança ainda está lenta, com receio de grandes mudanças, principalmente no secretariado, além de não apresentar soluções para problemas históricos na cidade, como na saúde.
Ao contrário de ambos, Gremelmaier acredita que é um novo governo, com "novas peças", e que já começou a realizar "grandes entregas" e outras que virão.
Denise Pessôa

"Por mais que tenha alguns atores e atrizes diferentes, é um governo de continuação e, ao mesmo tempo, sinto que os movimentos ainda são lentos para as mudanças necessárias que a comunidade precisa. Eu não sei se essa fórmula que a prefeitura fez de, em vários espaços, manter ex-secretários na mesma pasta ou como adjunto, se isso não faz com que também tenha dificuldade de fazer movimentos bruscos para outra direção. A gente até vê alguns movimentos melhores, mas ainda com algumas dificuldades, principalmente na área da saúde. Eu já coloquei recursos para reformas de unidades básicas de saúde (UBS) e até agora não aconteceram. Temos que encaminhar as coisas, a vida das pessoas não espera."
Felipe Gremelmaier

"Na minha visão, é um novo governo. Mudaram muitas peças, trocou muito secretário, trocou o vice-prefeito (Edson Néspolo), eu estou inserido nessa nova administração e acredito muito no que estamos fazendo. Grandes entregas já começaram a ser feitas e muitas ainda virão".
Maurício Scalco

"Eu olho o governo Adiló como uma sequência, são mais de cinco anos que ele está no governo, desde a época do (Flávio) Cassina (ex-prefeito) é a mesma turma que está na administração. Existem muitos partidos juntos, teve que acomodar muitas pessoas, muitos cargos. Nesse segundo governo, os problemas são os mesmos na cidade e eles não foram resolvidos. Ainda temos um descaso muito grande na área da saúde, as filas de cirurgia, exames e consultas voltaram a subir. Elas só tinham diminuído até o ano passado, porque tinha vindo muitas emendas parlamentares do deputado Maurício Marcon (Podemos) e agora estourou de novo. A gente vê que isso é um problema que só aumenta nessa sequência de governo".
Futuro político
Com as eleições de 2026 chegando para a troca de cargos de presidente, governadores, deputados estaduais e federais e senadores, os políticos caxienses também já estão iniciando seus trabalhos.
Denise já anunciou que se coloca à disposição do partido para reeleição:
— Ano que vem a gente retoma o nosso plano aqui de Caxias do Sul. Claro que ainda precisamos debater com o partido, mas tanto eu quanto o deputado Pepe (Vargas) vamos nos apresentar novamente para a dobrada de deputado estadual e federal aqui da Serra.
Scalco também já está divulgando a sua pré-candidatura como deputado estadual pelo PL.
— O meu nome já está à disposição do partido, já comuniquei à presidência estadual que eu vou concorrer. Se der, se meu nome for escolhido como pré-candidato a deputado estadual, vou para poder ajudar o Rio Grande do Sul, ajudar a Serra Gaúcha, ajudar Caxias em demandas que eu acho que são muito importantes — destaca.
Já Gremelmaier ainda não está mirando nas próximas eleições, preferindo focar no seu trabalho como secretário.
— Não estou pensando em nada. Estou me dedicando muito à secretaria. Eu acredito muito no potencial de Caxias com relação ao turismo, então, dedicação 100% na pasta — frisou.


