
A equipe da prefeitura de Caxias responsável pela negociação do reajuste salarial dos servidores vai se reunir na manhã de segunda-feira (19) para discutir uma solução para o impasse junto à categoria. Até o momento, o município mantém a proposta de ganho real de 1% que foi rejeitada em assembleia do Sindiserv na tarde de sexta-feira (16).
Tanto o município, quanto o sindicato acreditam que há espaço para avanços, embora exista divergência em relação ao caminho a ser seguido. O secretário da Casa Civil, Roneide Dornelles, reforça o argumento da administração de que não há espaço fiscal para conceder ganho real acima do que foi proposto. Para esse reajuste, já seria necessário reduzir as horas extras.
Ele não informa outras possibilidades que são discutidas internamente e diz que alternativas dependem da reunião e da avaliação do prefeito Adiló Didomenico. Ainda assim, Dornelles se mostra otimista em relação ao desdobramento das negociações na segunda-feira.
— Acredito que vai dar tudo certo — afirma.
Sindiserv busca compensação por anos anteriores
Com a rejeição da proposta na sexta-feira, o Sindiserv convocou uma nova paralisação para segunda-feira. A presidente, Silvana Piroli, diz esperar uma proposta com maior recomposição salarial.
O sindicato discorda do argumento do município de que não há espaço fiscal para o ganho real de 5,5% exigido pela categoria. Silvana diz que houve perdas no poder de compra nos últimos anos pela ausência de ganho real e por aumento na alíquota de contribuição para a previdência, inclusive entre servidores aposentados, que passaram a ter o desconto.
A presidente do Sindiserv também defende que o gasto de pessoal corresponde atualmente a 44% do orçamento, abaixo do limite prudencial de 60%.
— Tem espaço para dar reajuste sem comprometer obras — argumenta.
Avanços
Apesar do impasse, as negociações ao longo do dia de paralisação, na sexta, trouxeram avanços importantes, especialmente com relação à equiparação salarial de servidores com a mesma função.
Município e sindicato concordaram em escalonar as correções salariais de servidores nessa situação ao longo de seis anos, aumentando o percentual de reajuste a quem ganha menos gradativamente.
Essa uma das principais reivindicações da campanha salarial deste ano e a medida deve entrar em vigor em 2026.
Para isso, o município precisa encaminhar um projeto de lei à Câmara para corrigir a Lei Complementar 409/2012, que define a classificação de cargos. A prefeitura pretende enviar o texto em setembro, mas o Sindiserv depende que seja encaminhado já no próximo mês para permitir maior tempo de debate.
Impactos
Com a nova paralisação de segunda-feira, os serviços municipais podem sofrer atrasos ou demora no atendimento. A prefeitura determinou que cada setor organize internamente as equipes para manter o funcionamento.
Na sexta-feira, segundo a administração, o maior impacto foi na rede de ensino, com 69 das 82 escolas paralisadas. Na saúde não houve impactos significativos e na Secretaria da Cultura apenas a Biblioteca Pública suspendeu o atendimento. Quem não cruzou com as passeatas ou não passou pelo largo da prefeitura, também não notou impacto na rotina da cidade.
Os servidores que aderiram à paralisação terão que compensar as horas não trabalhadas e as aulas também deverão ser recuperadas.