Foi quando coordenou as forças-tarefas da Secretaria Municipal de Urbanismo (SMU), a partir de 2013, que Alexandre Bortoluz (PP), o Bortola, se aproximou dos órgãos de segurança pública e passou a fazer do tema sua principal bandeira de atuação.
Além de já ter liderado as operações contra perturbação do sossego público e comércio irregular em administrações passadas, o vereador reeleito para o segundo mandato com 2.422 votos coordenou a Defesa Civil municipal e foi diretor-geral da Secretaria Municipal de Segurança Pública e Proteção Social do Governo Flávio Cassina. Experiências que fizeram Bortola, formado em Relações Internacionais e Direito pelo Centro Universitário da Serra Gaúcha (FSG), passar a ter sua imagem relacionada com a proteção da cidade. Na primeira eleição de que participou, em 2020, Bortola ficou com a última vaga para a Cãmara, tendo sido o menos votado entre os eleitos, com 1.316 votos. Agora, obteve 1.106 votos a mais.
— Todo meu envolvimento antes de me eleger (pela primeira vez em 2020) foi na segurança pública. Já tinha trabalhado de estagiário na fiscalização do Urbanismo, mas era só trabalho interno, não podia acompanhar, mesmo sempre tendo interesse — conta Bortola.
Colecionador de armas, Bortola tem 33 anos, é instrutor de tiro e frequenta um estande ao menos uma vez por semana. Autorizado a ter porte desde 2020, costuma andar armado, mas não na Câmara, segundo ele. Em 2021, chegou a ser acusado de frequentar a Casa com uma arma, mas a denúncia foi arquivada pela Comissão de Ética por falta de provas.
O vereador reeleito pelo Progressistas, partido que preside em Caxias do Sul, define-se como um workaholic, isto é, viciado em trabalho.
Foi por conta da proximidade com o alto escalão da Brigada Militar (BM) que Bortola articulou a instalação de um colégio militar em Caxias do Sul, o que considera ser seu principal êxito no primeiro mandato como vereador, mesmo não sendo uma pauta parlamentar:
— Logo que assumi como vereador e formei minha equipe, entrei no gabinete e disse que, a partir daquele dia, até o último do mandato, iríamos tratar de tirar o Colégio Tiradentes do papel. Muita gente dizia que a Brigada Militar e a Secretaria Estadual de Educação não queriam. Entre janeiro e dezembro de 2021, fui praticamente uma vez por semana para Porto Alegre, sabia que não era uma pauta específica de um vereador, mas a força política vem de um cargo político. No início esbarrei na própria política, com deputados que não levavam fé, até que a BM deu o aval e a Secretaria de Estado de Educação (Seduc) bancou a ideia.
Quem é
Perfil: 33 anos, natural de Caxias. Morador do bairro Exposição. Formado em Relações Internacionais e Direito pelo FSG.
Trajetória: foi estagiário na Fiscalização da Secretaria de Urbanismo. Depois disso, foi chamado no Governo Alceu para atuar na Secretaria de Urbanismo, diretamente nas operações noturnas e de fiscalização do comércio ambulante. Na pasta, foi assessor de gabinete e depois coordenador de operações. Em 2018, foi nomeado para o Estado, era lotado na Casa Civil e designado para um grupo setorial de assessoramento dentro da Secretaria de Segurança Pública do Estado. No governo de Flávio Cassina, foi diretor-geral da Secretaria Municipal de Segurança Pública e Proteção Social e coordenador municipal da Defesa Civil.
Referências: Winston Churchill, Luis Carlos Heinze, Jair Bolsonaro, Guilherme Pasin e Covatti Filho.
Pessoal: solteiro, define-se como workaholic (viciado em trabalho).
Principais propostas
Segurança
"Precisamos investir em tecnologia. Em 2021, fiz indicações para o Executivo instalar totens de monitoramento, essa é uma pauta muito importante. Precisamos deles na Estação Férrea, por exemplo."
Educação
"Quero focar na instalação de escolas cívico-militares. E sou ousado, podemos ter mais 11 conversando com a comunidade escolar, porque sabemos de escolas que querem esse modelo porque aumenta a nota no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb)."
Saúde
"É sempre prioridade. Embora nos vinculem muito à segurança pública, o que meu gabinete mais atendeu de demanda foi de saúde e educação. É impressionante o quanto as pessoas necessitam de um atendimento de qualidade nessas áreas."
Defesa Civil
"Precisamos organizar e trazer mais tecnologia e veículos para a cidade. Em Santa Catarina, a Defesa Civil é formada por servidores públicos que fazem concurso de agente de Defesa Civil e passam por treinamento de seis meses. Atualmente, em Caxias, são dois cargos em comissão e um agente administrativo.”