A exatos 10 meses da eleição, o tabuleiro das candidaturas a deputado estadual e federal segue indefinido em Caxias do Sul. Os partidos defendem um número menor de candidatos para evitar o desastre de 2014 – quando Caxias elegeu apenas um representante para a Câmara Federal e ninguém para a Assembleia. Mesmo com a perda de representatividade, algumas siglas como PMDB e PDT têm mais candidatos do que vagas. Até o momento, para o próximo pleito, estão postos 40 pré-candidatos caxienses. Ao final, após os arranjos partidários internos, nem todos devem permanecer nesta condição, abrindo mão de uma candidatura. Na última eleição geral, Caxias teve 54 candidatos na disputa proporcional. No último levantamento do Pioneiro, feito em 8 de outubro, foram contabilizados 29 pré-candidatos.
Outro fator para a demora na confirmação dos nomes é o desgaste dos políticos na sociedade. Partidos como o PT e o PMDB, que tiveram figuras públicas envolvidas em denúncias de corrupção em nível nacional, devem protelar a decisão. A oficialização das candidaturas ocorrerá somente nas convenções, entre os dias 20 de julho e 5 de agosto deste ano.
Até o momento, a disputa mais acentuada é no PDT. O partido tem cinco nomes para deputado estadual: Edson Néspolo, Vinicius Ribeiro, Rafael Bueno, Gustavo Toigo e Miguel Grazziotin. Bueno e Toigo abririam mão da disputa para Néspolo, mas Vinicius não abre mão de disputar a eleição. Grazziotin desistiria de sua candidatura se houver apenas um candidato. Para federal, o ex-prefeito e presidente da sigla, Alceu Barbosa Velho corre sozinho. A definição ficará para depois do período de férias. Alceu diz que Néspolo e Vinicius não abrem não de concorrer.
– Precisamos de uma rodada definitiva com todos os candidatos para deliberar ou com ajuda do diretório – afirma ele.
O PMDB também promete uma forte discussão sobre o número de candidaturas. O vereador Edson da Rosa e o secretário estadual do Planejamento, Governança e Gestão, Carlos Búrigo, são pré-candidatos à Assembleia. A sigla deve repetir o mesmo erro da última eleição, quando concorreram dois candidatos a estadual – a ex-deputada Maria Helena Sartori e Edson – sem que nenhum tenha sido eleito.
Contrariando as projeções, o PMDB também deve arriscar duas candidaturas para a Câmara. Apesar do desgaste de apoiar as reformas do presidente Michel Temer, o deputado Mauro Pereira é candidato natural. Seu adversário interno é o ex-vice-prefeito Antonio Feldmann, que prepara retorno de Brasília para março a fim de intensificar campanha na região e apresentar-se como um candidato novo.
O presidente do PMDB caxiense, Paulo Périco diz que a preferência é por dois candidatos, um estadual e um federal, mas confirma que a cidade terá as quatro candidaturas apresentadas. Périco admite que, com duas para cada cargo, pode repetir-se o mesmo erro da última a eleição, porém ressalta que será um pleito diferente:
– Até pode (ser um erro o número de candidaturas). Mas aumentou o número do eleitorado em Caxias e, nessa eleição, tem a possibilidade de abstenção e de votos nulos muito grande. Talvez caia o coeficiente eleitoral.
Outra disputa interna que chamará a atenção ocorrerá no PT. Único deputado federal de Caxias eleito em 2014, Pepe Vargas pode concorrer ao quarto mandato, mas integrantes do diretório caxiense sustentam que a redução do número de votos na última eleição acendeu o alerta. Com a possibilidade de não se reeleger e a condição ter sido eleito presidente estadual do partido, Pepe pode aparecer na disputa para a Assembleia.
A situação traz embaraço, principalmente, com seu afiliado político, o vereador Rodrigo Beltrão, que projeta concorrer outra vez para estadual. O PT tem outros dois nomes para à Assembleia: a vereadora Denise Pessôa e o ex-deputado Marcos Daneluz.