O futuro do prédio da Metalúrgica Abramo Eberle SA, a Maesa, em Caxias do Sul, será discutido por um grupo de trabalho formado por técnicos da prefeitura e do governo do Estado que tentarão conciliar dois interesses bem distintos: enquanto o Piratini espera retorno financeiro, o município buscar preservar o prédio construído em 1948, símbolo da indústria metalmecânica caxiense.
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Atualmente alugado pelo Grupo Voges, o imóvel localizado no bairro Exposição tornou-se patrimônio do Estado por meio do pagamento de dívidas de execução fiscal. Com um débito de impostos na ordem dos R$ 30 milhões, a empresa Mundial acertou a transação com o Piratini em dezembro de 2010. O grupo Voges foi mantido no local na condição de inquilino porque esse era o acerto anterior com a Mundial, mas, com o encerramento do contrato em dezembro deste ano, o Estado tem outros planos para a Maesa.
A intenção inicial era vender o imóvel como forma de compensar os tributos que deixaram de ser arrecadados. O valor seria revertido para um fundo destinado à preservação de prédios públicos, evitando a retirada de recursos de áreas como saúde e educação. No entanto, a partir das reivindicações do município, o Estado decidiu ceder ao interesse pela preservação dos aspectos históricos e culturais do prédio. Em partes.
O município pretende a cessão do prédio por parte do Estado. O secretário municipal da Cultura, João Tonus, questiona a insistência do governo estadual em receber o valor do prédio, em contraposição ao simbolismo histórico.
- Queremos que o Estado destine o prédio para fins públicos. Podemos nos responsabilizar pela administração pelo tempo que for preciso, inclusive pela manutenção - destaca.
A Procuradoria Geral do Estado (PGE) garante que se preocupa com a preservação histórica, mas ressalta que a ocupação do prédio necessariamente precisa render lucros aos cofres públicos do Estado. De acordo com o Procurador-Geral Adjunto para Assuntos Institucionais, Paulo Basso, a conclusão do grupo de trabalho pode ser a cessão parcial do prédio, descartando o repasse total ao município.
A Secretaria Estadual de Administração e Recursos Humanos deve instalar o grupo de trabalho oficialmente nos próximos dias. A previsão é de que ele seja composto por técnicos da secretaria, da PGE, da Secretaria Municipal de Planejamento e da Procuradoria Geral do Município. Por parte da prefeitura, os técnicos serão subsidiados por relatórios preparados pelo Departamento de Memória e Patrimônio Cultural da Secretaria Municipal da Cultura.
Patrimônio histórico
Grupo de trabalho discutirá futuro do prédio da Maesa, em Caxias do Sul
Comissão será composta por técnicos da prefeitura e do governo do Estado
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