
O prefeito Daniel Guerra foi viajar, o chefe de gabinete, Chico Guerra, também, e duas polêmicas caíram sobre o colo da administração municipal na quarta-feira. Uma foi sobre a própria viagem do prefeito e de seu chefe de gabinete. Como era de se esperar, o assunto foi o principal da sessão de ontem da Câmara, com muitas críticas de vereadores de oposição.
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A outra polêmica foi causada pelo desabafo do presidente da CIC, Ivanir Gasparin, durante prestação de contas do primeiro quadrimestre de 2019, feito pela secretária da Fazenda, Magda Wormann, na terça-feira à Comissão de Desenvolvimento Econômico, Fiscalização e Controle Orçamentário da Câmara. Em outras palavras, Gasparin apontou constrangimento para liberações e reclamou das dificuldades da classe empresarial em dialogar com representantes da administração. Chegou a dizer que os empresários estão “apavorados” e “com medo”.
Sem representantes do “núcleo duro” do governo – o secretário da Saúde, Júlio César Freitas da Rosa também está viajando –, coube ao secretário do Desenvolvimento Econômico, Emílio Andreazza, responder ao desabafo do presidente da CIC.
São polêmicas fortes, que desgastam a administração, e o comando está distante. O prefeito só retorna a Caxias do Sul na segunda-feira.
Não se sabe das viagens
Viajar em si, para um administrador público, não é problema, muito pelo contrário. O que importa é a "qualidade" da viagem, o retorno para a comunidade. O prefeito e seu chefe de gabinete foram para duas programações voltadas à área da saúde em Fortaleza. Por ora, não se trata de formular juízo sobre a utilidade da participação nos encontros. Mas a brecha para a crítica é a pouca transparência em torno das viagens. Não se fica sabendo delas. A prefeitura tem de abrir-se em transparência à comunidade. Tem de informar antes. Aliás, a prefeitura só informa depois que a imprensa, por outros caminhos, fica sabendo.
Fica "parecendo"
Sobre as coisas e atos que envolvem a administração pública, deve haver o máximo de transparência. Não pode "parecer" que há receio na divulgação das informações. Ao não informar com antecedência, a prefeitura cai nesta armadilha. Fica "parecendo" que, por algum motivo, não há interesse na divulgação das informações.
É um pecado importante de condução, de perfil, de estilo da administração. Não custa nada informar antes. Com transparência.