
A Serra será uma das 10 regiões do Rio Grande do Sul que vai receber um Centro Regional de Gestão Integrada de Riscos e Desastres (Crgird) da Defesa Civil, com previsão de início da operação para o final de 2026, como anunciado em junho.
A ocupação do terreno, que já pertence ao Governo do Estado, está em fase de análise e a expectativa é de que seja instalado no bairro Bela Vista, na Rua Antônio Degasperi, esquina com a Rua José Bisol, ao lado Colégio Estadual Imigrante. Atualmente, a sede da Defesa Civil regional fica em uma sala no quartel do Corpo de Bombeiros do bairro Cruzeiro.
O Crgird é um modelo inspirado em Houston, nos Estados Unidos, e se trata de uma base para coordenação das ações da Defesa Civil em nível regional, no caso da Serra, com suporte para 49 municípios. Santa Catarina, por exemplo, conta com unidades do gênero.
Segundo o major Marcelo Almeida de Souza, coordenador da Defesa Civil na Serra, a instalação do centro na região tem o objetivo de dar uma resposta mais ágil em situações de desastres naturais, por exemplo, como o que aconteceu entre o final de abril e o início de maio de 2024. Além disso, vai trabalhar de forma preventiva os riscos de tragédias.
— Caxias é a segunda maior área de risco do Estado, Bento, depois do estudo do SGB (Serviço Geológico do Brasil), é o terceiro. Os riscos da Serra são os movimentos de massa, é diferente da enchente, que vai subindo e tem um tempo para adoção de medidas, o movimento de massa é difícil monitorar, saber quando e como vai ocorrer, por isso Caxias (e região) é prioridade — explica o major sobre a implantação do centro na região.
O Crgird integrará tecnologia e base de dados em uma estrutura robusta. A previsão é de que conte com geradores e produção de energia solar para que em caso de desastres o local mantenha a atuação. O centro contará com dois prédios. Um deles será o administrativo, com de salas de coworking, auditório, sala de crise, de planejamento, gabinete do coordenador, sala de assessoria, sala multifuncional, sala de reuniões e uma copa com área de descanso.
Já o outro prédio será um pavilhão logístico para armazenar itens como roupas, colchões, kits de higiene e limpeza, telhas, água, cesta básica, banheiros químicos, oriundos de doações e de um próprio estoque da Defesa Civil. Há previsão de que a estrutura conte com caminhões pipas para atender casos de estiagem. A estrutura física contará, ainda, com heliponto para apoio logístico aéreo e uma grande caixa d'agua para não ficar sem abastecimento.
— Em um primeiro momento, o que pode acontecer em Caxias do Sul é o espelhamento do Centro de Operações da Defesa Civil de Porto Alegre para melhor posicionar os municípios em relação aos alertas que vêm, hoje os alertas vêm (como) "região da Serra", há necessidade de se fazer uma interpretação, e nós precisamos orientar todos os 49 municípios da mesma forma.
Mesmo com toda essa estrutura física, em caso de desastres, o Crgird não terá espaços para alojamentos:
— Pela doutrina do sistema de comando de incidentes, é necessário separa o abrigo com a gestão, se não acaba tumultuando a gestão e não é recomendado. Nenhum deles prevê abrigos — justifica o coordenador regional.
Quando anunciou que a Serra seria contemplada com um dos 10 centros a serem instalados no RS, o vice-governador Gabriel Souza afirmou que a obra custaria R$ 22 milhões. No entanto, o major Souza diz que o valor pode sofrer modificações, mesmo sem passar o orçamento. Os recursos vêm do Fundo do Plano Rio Grande (Funrigs).




