A comunidade de Caxias do Sul será uma das últimas paradas dos reitores da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) para apresentarem o projeto de implantação do Campus Serra, no município. No formato de audiência pública, o encontro ocorre nesta sexta-feira (22), na Câmara de Vereadores, a partir das 19h. Também haverá transmissão ao vivo pelos canais oficiais da TV Câmara Caxias no YouTube e Facebook.
Na oportunidade, a reitora da UFRGS, Marcia Barbosa, e o vice-reitor da instituição, Pedro Costa, devem apresentar mais detalhes do que já foi definido, como cursos e número de alunos em cada graduação, além de trazerem quais espaços estão sendo avaliados para ser a sede da extensão.
A vereadora e presidente da Frente Parlamentar em Defesa da Universidade Federal da Região Nordeste do RS, Rose Frigeri (PT), reforçou a importância da presença da comunidade no dia da audiência.
— Precisamos mostrar que a universidade federal é um desejo de mais de um milhão de pessoas de nossa região — declarou.
Também fazem parte da Frente, Andressa Mallmann (PDT), Andressa Marques (PCdoB), Estela Balardin (PT), Edson da Rosa (Republicanos), Sandro Fantinel (PL), Pedro Rodrigues (PL), Rafael Bueno (PDT) e Capitão Ramon Teles (PL).
O que se sabe até agora sobre a possível sede

O Ministério da Educação (MEC), no momento, disponibilizou R$ 60 milhões para aquisição do prédio, obras e equipamentos. A universidade, inclusive, pleiteia um aumento para R$ 75 milhões. Até a última sexta-feira (15), o único prédio cotado era o Campus 8 da Universidade de Caxias do Sul, mas agora há mais opções: o prédio em São Pelegrino onde funcionava a FSG (Centro Universitário da Serra Gaúcha) e um outro imóvel, também na área central, de sete andares.
O Campus 8, com 13,3 mil metros quadrados, custaria R$ 28 milhões para a compra, mas demandaria R$ 100 milhões em reformas e R$ 14 milhões de custeio no primeiro ano, quase o dobro do disponível. Também seria necessário um restaurante universitário devido à falta de opções no entorno.
O prédio da FSG custa R$ 39 milhões, mas demandaria apenas uma biblioteca e a alimentação poderia ser suprida com vale-alimentação. O custeio no primeiro ano é estimado em R$ 5 milhões. Com pouco mais da metade da área do Campus 8, expansões futuras poderiam ocorrer a partir de outros imóveis, inclusive com uma oferta já recebida.

Segundo o vice-reitor, a UFRGS está aberta a propostas, recebendo plantas e matrículas de corretores. Algumas até já foram descartadas, como uma faculdade privada que ofereceu dividir o espaço com a universidade federal. Pelo volume de propostas recebidas, Costa acrescenta que o número de opções finais pode até aumentar.
— Temos que fazer uma análise muito criteriosa, assim, muito racional também nessa escolha de imóvel. Então, assim, o que podemos falar com muita transparência e objetividade é que vamos tomar uma decisão baseada em pelo menos três localidades — salientou Costa.
A comissão que avalia o projeto recebe apoio do gabinete da deputada federal Denise Pessôa (PT), que auxilia com visitas a alguns dos locais e repassa as análises ao grupo. Nesta quinta-feira (20), a equipe da parlamentar recebeu a proposta do prédio da Marcopolo no bairro Planalto, que está desativado desde 2017. A deputada, no entando, destaca que a decisão sobre receber ou não uma visita técnica é toda da universidade federal.

Além disso, o presidente da Câmara de Vereadores de Caxias, Lucas Caregnato (PT), sugeriu que universidade ocupe parte do prédio do Instituto Estadual de Educação Cristóvão de Mendoza, no bairro Cinquentenário.
O argumento é de que, com a reforma encaminhada, a estrutura poderia abrigar a instituição pelo menos temporariamente, até que haja uma definição final sobre a sede que será comprada. A medida, segundo ele, permitiria iniciar as atividades rapidamente.
A quantidade de estudantes dos ensinos fundamental e médio matriculados atualmente no Cristóvão não preenche toda a estrutura, que também abriga a Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (Uergs).

O que já foi definido
- A verba de R$ 60 milhões para aquisição do prédio, obras e equipamentos, mas a UFRGS pleiteia um aumento para R$ 75 milhões.
- Os cursos que serão ofertados até o momento são: Administração, Engenharia Agrícola, Engenharia de Produção Mecânica, Engenharia de Materiais e Manufatura, Ciência de Dados e Pedagogia.
- O Campus já é para começar com 2,8 mil estudantes matriculados, divididos em 400 alunos em duas graduações e 500 nas demais, além de 160 docentes e 140 servidores. Ainda, a reitora Márcia Barbosa frisou a parceria com as empresas para aulas mais práticas.
- O projeto da extensão deve ser entregue ao Conselho Universitário em setembro para o início de discussão. O objetivo é que possa ser aprovado, pelo menos, entre o próximo mês e outubro.
- As previsões de início das atividades são para 2026.




