Na manhã desta sexta-feira (22), a Praça da Estação, no bairro São Pelegrino, em Caxias do Sul, foi palco do ato simbólico que marcou o início das obras do Monumento em Homenagem aos 150 anos da Imigração Italiana no Rio Grande do Sul. A iniciativa é da Câmara de Indústria, Comércio e Serviços de Caxias do Sul (CIC) e tem assinatura do arquiteto Renato Sólio.
O projeto, lançado no início de abril, tem forte carga histórica e simbólica. A obra terá 30 metros de extensão e 6 metros de altura, sendo composta por 150 tubos de aço, representando cada ano do legado da imigração, além de um bloco de concreto que remete aos imigrantes que chegaram à região enfrentando dificuldades, mas que lançaram as bases para o desenvolvimento da cidade e da Serra.
De acordo com Sólio, a criação busca refletir não apenas a memória, mas também a ideia de continuidade. Vista de cima, a estrutura formará o símbolo do infinito, representando a conexão entre gerações e a perpetuação do desenvolvimento de Caxias. Na extremidade inicial do monumento, haverá a escultura de um casal de imigrantes, e, na outra ponta, a representação da sociedade atual. É um percurso simbólico de crescimento e transformação, segundo o arquiteto.
— Esse monumento registra a passagem desse ano tão importante, marcando os 150 anos da imigração italiana. E isso se materializa na presença dos 150 tubos em aço, presentes na proposta. E é o município de Caxias que também vai ganhar muito com tudo isso, valorizando a memória, a história e preservando o passado — disse Sólio, destacando que a construção será um legado duradouro das comemorações.
Para o prefeito de Caxias do Sul, Adiló Didomenico, o monumento tem o objetivo de sintetizar o espírito acolhedor da cidade:
— Ele busca lembrar que um dia pessoas vieram para o desconhecido buscando uma nova oportunidade, que foram os nossos imigrantes. Ele vem enriquecer muito esse espaço da memória e da cultura do povo caxiense — afirmou Adiló.
Participação da comunidade
O monumento está em fase de captação de recursos, e a população pode colaborar para a execução. Quem contribuir terá o nome gravado em uma placa de acrílico instalada junto à obra. Pelo site do projeto, é possível adquirir cotas de R$ 1 mil para pessoas físicas e de R$ 5 mil para pessoas jurídicas.
A proposta também permite homenagens póstumas, como forma de valorizar a memória de antepassados. Até o momento, foram arrecadados R$ 154 mil. Segundo o presidente da CIC, Celestino Oscar Loro, são necessários cerca de R$ 500 mil.
— Nesse monumento, nós procuramos materializar aquilo que é imaterial. Ele traduz a história de muitas das nossas famílias. Ali estarão depositados os sonhos, os sucessos e os insucessos dos nossos imigrantes. Muitos imigrantes não italianos também se identificam nessa jornada de troca de cidade em busca de um sonho — disse Loro.
A expectativa é de que o monumento esteja erguido até 18 de novembro, tornando-se um dos principais símbolos das celebrações de 2025. Conforme a secretária municipal da Cultura, Tatiane Frizzo, a estrutura deve ser inaugurada juntamente com a revitalização do Largo da Estação Férrea.


