
A Rota do Sol foi contemplada com recursos do Fundo Rio Grande (Funrigs), criado pelo governo do Estado para a reconstrução do Estado após eventos climáticos de 2023 e 2024. O investimento de R$ 393 milhões vai permitir uma maior recuperação da rodovia, conhecida historicamente pelas avarias no asfalto, que foram agravadas pelos episódios mais recentes de chuva volumosa.
A previsão de início dos trabalhos é para o segundo semestre deste ano, com conclusão estimada para o segundo semestre de 2026, segundo o Daer. As obras serão divididas em três lotes:
- O primeiro se trata de um trecho de 59 quilômetros da RS-453, entre Caxias do Sul e o distrito de Lajeado Grande, em São Francisco de Paula, com investimento é de R$ 145 milhões. Neste pacote, a encosta no km 158, em Caxias, que sofreu impactos com tragédia climática de maio do ano passado, será recuperada.
- O segundo contempla um trecho de 39 quilômetros também da 453, entre Lajeado Grande e Tainhas, com investimento de R$ 118 milhões. Ambas estão na fase de seleção da empresa que executará o serviço.
- Já o trecho entre Tainhas e Terra de Arreia, que passam pela RS-453 e 486, o investimento será de R$ 130 milhões para 54 quilômetros. Conforme o Daer, a ordem de início para este já foi assinada.
Antes disso, a Rota do Sol será beneficiada por outro investimento de R$ 3,4 milhões anunciado pelo Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer), voltado a melhorias emergenciais em rodovias da Serra gaúcha. Ações como tapa-buracos, roçadas e limpeza de dispositivos de drenagem devem amenizar problemas agravados pela chuva intensa que atingiu a região no fim de junho.
Nesta semana, a reportagem do Pioneiro percorreu os 164 quilômetros da Rota do Sol que ligam Caxias do Sul a Terra de Areia: do km 69 ao 80 em Caxias, na RS-122; do km 141 ao 256 da RS-453, entre Caxias e São Francisco de Paula; e do km 0 ao 38 na RS-486, entre São Francisco de Paula e Terra de Areia. Confira a seguir como está a situação de cada trecho.
Em Caxias
O trecho inicial, ainda na RS-122, que começa no conhecido Viaduto Torto, e até o km 80, é administrado pela concessionária Caminhos da Serra Gaúcha (CSG). Neste trajeto, não foram encontrados problemas na rodovia. Não há obras que impactem no fluxo de veículos, apenas a duplicação da ponte sobre o Arroio Tega, mas sem prejuízos ao tráfego.
Poucos metros adiante, nas proximidades do acesso ao bairro Santa Fé, já na RS-453, uma equipe do Daer trabalhava na recuperação do asfalto com operação tapa-buracos. Mesmo assim, a região conta com diversos desníveis, resultado, inclusive, de ações como essas feitas no passado. Por lá, condutores acabam desviando pelo acostamento para seguir em direção ao litoral.
Já a partir do bairro Jardim das Hortênsias, próximo da empresa Acrilys, até o acesso ao distrito de Fazenda Souza, foram encontrados alguns pontos de desnível e alguns buracos. E, logo após Fazenda Souza, a situação piora, com o asfalto em condições ruins de conservação.
O km 158 segue com problemas desde maio do ano passado, quando a tubulação principal que recebia água da represa Marrecas rompeu. Apesar de trabalhos terem sido feitos ainda em 2024, este ponto deve receber melhorias em um pacote mais robusto também anunciado pelo Daer (saiba mais abaixo).
Em São Francisco de Paula
Em diante, até Vila Seca, o asfalto mescla pontos de boa conservação com buracos e até mesmo problemas na sinalização. Na chegada à localidade de Apanhador, em São Francisco de Paula, há pontos de desnível e com buracos, como no km 177, no sentido Litoral-Serra.
A situação é bastante parecida até a chegada ao distrito de Lajeado Grande, em São Francisco de Paula, onde há diversas ondulações no asfalto. No entanto, no entroncamento com a RS-476 uma equipe do Daer foi vista pela reportagem tapando buracos.
Já o trecho de Lajeado Grande até o acesso a Tainhas, outra localidade de São Francisco de Paula, é possivelmente o melhor na ligação entre a Serra e o Litoral Norte. O ponto mais delicado está logo após o entroncamento com a RS-110, na Várzea do Cedro, com pequenos trechos de asfalto ruim.
Antes da RS-453 se tornar 486, a reportagem encontrou problemas em ambos os sentidos da rodovia na ponte sobre o Rio Contendas, no km 248, onde há buracos e pontos de desnível.
Na descida da serra
Na descida da serra em direção ao litoral, que se inicia no km 4 da RS-486, os primeiros quilômetros estão conservados. No entanto, pouco antes de ingressar no Viaduto Nelson Sbabo, há pontos com buracos na pista e elevações no asfalto, principalmente nas laterais da rodovia.
Na sequência, até o km 14, em Itati, foram vistos poucos problemas na estrada. Até o entroncamento com a BR-101 a rodovia mescla entre bons pontos de conservação com problemas, como no km 23 onde há ondulações no asfalto. Uma obra do Daer foi vista no km 34, que, segundo o órgão, se trata da continuação dos Postos Fiscais da Rota do Sol nos dois lados da rodovia — em dois pontos da estrada serão instaladas balanças de pesagem de veículos.