
O símbolo que marca o início oficial aos Festejos Farroupilhas será, nesse ano, gerado em Caxias do Sul. Criada por Paixão Côrtes ao final da semana da Pátria de 1947, a Chama Crioula de 2025 será acessa na Serra pela primeira vez.
Foi a partir de 2001, e sob a liderança do então presidente do Movimento Tradicionalista Gaúcho (MTG) Manoelito Savaris, que se iniciou o revezamento que até então nunca tinha chegado à região.
A oportunidade de gerar o símbolo itinerante é uma honra para o presidente da 25ºRT, Rodrigo Ramos, que irá receber em Caxias delegações de cavalarianos vindos de todo o Estado.
— Até já era para ter acontecido aqui, mas queria que fosse em um ano de comemoração e em 2025 comemoramos os 135 anos de Caxias e os 150 anos da imigração italiana no Estado. Estamos em uma região de ítalos-gaúchos e nada mais justo que saia daqui as centelhas a serem distribuídas aos municípios por suas entidades — diz.
A forma como o fogo será iniciado nos pavilhões da Festa da Uva ainda é guardada em segredo, diferentemente da programação de três dias que conta com recepção aos cavalarianos, bênção ecumênica, desfile e shows com os grupos Girotondo e Os Bertussi.

Depois de acessa, no dia 16 de agosto, a Chama Crioula permanecerá em Caxias do Sul na Casa do Gaúcho (Rua Teixeira de Freitas, 1.461) para, segundo Ramos, tentar ser mantida até o ano que vem, quando poderá ser entregue para o município de Rio Pardo, o próximo da lista.
— Ela se acende no mês de agosto, geralmente no final de semana após o Dia dos Pais e se extingue no último dia da semana Farroupilha, mas queremos mantê-la acessa em Caxias. É um momento histórico que para acontecer novamente aqui só daqui 30 anos.
Caxias do Sul é reconhecida como capital estadual dos CTG’S por ter a maior quantidade de entidades do Estado. São 90 associações entre piquetes, departamentos campeiros e grupos de cavalgada.
Depois de Caxias e conforme a 79ª Convenção Tradicionalista, realizada em 2014, que definiu a lista das regiões responsáveis pela geração e distribuição do símbolo, o município de Bento Gonçalves, por meio da 11ª RT, será a próxima sede da Serra a gerar a Chama Crioula, em 2030.
Tradição começou com Paixão Côrtes
A tradição de acender a Chama Crioula surgiu em 1947, durante as comemorações do centenário da Revolução Farroupilha. De acordo o MTG, próximo da meia-noite do dia 7 de setembro daquele ano, os jovens João Carlos Paixão Côrtes, Fernando Machado Vieira e Cyro Dutra Ferreira, aguardavam junto à Pira da Pátria, montados em seus cavalos.
A Pira da Pátria ficava no Parque Farroupilha (Redenção) próximo ao Colégio Júlio de Castilhos onde estudavam. No momento da extinção do Fogo Simbólico da Pátria, os jovens foram chamados para a retirada da centelha, conforme haviam acordado com a Liga Da Defesa Nacional. Paixão subiu em uma escada com um instrumento improvisado, feito de cabo de vassoura e envolto por estopa embebida em querosene acendeu solenemente aquela que seria eternizada na história como a primeira Chama Crioula.