
O Sindicato das Instituições de Educação Infantil Particulares de Caxias do Sul (Sinpré) fez um levantamento que indicou que 40% das famílias precisam do retorno das escolas dessa etapa de ensino. O dado foi divulgado pela presidente da entidade, Christiane Welter Pereira, durante entrevista ao Gaúcha Hoje da rádio Gaúcha Serra na manhã desta segunda-feira (10), que defendeu que as escolas estão se preparando para garantir a segurança sanitária das crianças.
A volta da Educação Infantil é um dos temas polêmicos em relação à pandemia. Os empresários do setor dizem que seguirão protocolos rígidos para evitar a contaminação pelo coronavírus. Também apontam que um mercado informal, com as chamadas “mães crecheiras”, se criou a partir da demanda deixada pelas escolas fechadas e que isso gera mais riscos que o retorno das instituições formais. Por outro lado, existe a preocupação sobre se as crianças de zero a cinco anos conseguirão seguir as recomendações de distanciamento, como o uso de máscaras e higienização constante das mãos.
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Em Caxias, a prefeitura decidiu que as escolas poderão funcionar quando a cidade estiver na bandeira laranja ou amarela do modelo de distanciamento controlado do Estado. Para isso, têm de apresentar um plano de contingência. Conforme a presidente do Sinpré, também há a expectativa que o governo do Estado libere as atividades a partir de setembro. No entendimento de Cristiane, isso dirimiria possíveis dúvidas acerca da autorização do retorno às aulas, já que os regramentos do Estado se sobrepõem aos dos municípios.
— A educação não é diferente de nenhum outro setor da economia e, como todos os outros setores, a gente está se cercando de todos os cuidados possíveis para que tenhamos, sim, esse ambiente saudável para as crianças com a maior garantia possível. A gente sabe que está trabalhando com um inimigo invisível, a gente sabe também que as crianças são o grupo de menor risco, mas ele existe. Então, as escolas estão tomando todas as medidas necessárias para que a gente tenha, sim, um ambiente o mais saudável possível e mantendo todo esse protocolo ativo dentro das escolas.
A etapa não obrigatória da Educação Infantil, do zero aos três anos, sofreu uma debandada desde o início da pandemia. Conforme o sindicato, 60% dos alunos dessa faixa etária tiveram os contratos cancelados. Entre crianças de quatro e cinco anos, a queda foi de 30%. Antes da pandemia, eram 9 mil alunos na Educação Infantil em Caxias.
Ouça a entrevista na íntegra: