
O empresário caxiense Ivanir Gasparin estava assistindo ao pronunciamento do governador Eduardo Leite, na tarde de segunda-feira (6), na sede da Câmara de Indústria, Comércio e Serviços de Caxias do Sul (CIC), entidade a qual preside. Havia um clima de apreensão, se a macrorregião da Serra voltaria a ser categorizada como bandeira laranja no modelo de Distanciamento Controlado, ou se deveria atender às restrições da bandeira vermelha.
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Quando o governador anunciou que, após avaliar a defesa das prefeituras da região, encaminhada pela Associação dos Municípios da Encosta Superior do Nordeste (Amesne), voltaríamos à bandeira laranja, houve uma sensação de alívio, reconhece Gasparin.
— Esse alívio é temporário. Mostra para o cidadão, não só para o empresário, que cada um tem de tomar as suas providências. É importante alertar a todos que a doença está aí. Não podemos esmorecer. Os empresários têm de convencer os funcionários e suas famílias, e quem mais puderem, para que fiquem em casa, quando for possível — avalia Gasparin.
O presidente da CIC fez questão ainda de enaltecer o trabalho conjunto de diversas entidades e prefeituras, encabeçada pela Amesne, na formulação da defesa.
— Eu queria agradecer ainda, o trabalho técnico, muito bem feito, da Amesne, das prefeituras, e das entidades, que trabalharam em conjunto, e se empenharam em contestar os números do governo do estado. É importe dizer que não foi uma decisão políticas, mas técnica. Tem ajudado muito que tenham sido colocados mais leitos à disposição. É a regra do jogo. Ao mesmo tempo, essa situação dá uma oportunidade para que as empresas se mexam e cobrem mais recursos dos governos estadual e federal — argumentou Gasparin, reiterando o fato de a região ter conseguido abrir mais leitos de UTI, fato esse também reforçado pelo governador, como sendo um dos requisitos para manter Caxias e, as demais cidades da Serra, na bandeira laranja.
Outra entidade bastante representativa em Caxias do Sul, é o Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de Caxias do Sul (Simecs). O presidente Paulo Antônio Spanholi, em comunicado enviado à imprensa defendeu a posição do governo do estado em voltar atrás na classificação das bandeiras, mas entende que as empresas precisam seguir atentas aos protocolos de prevenção ao contágio do coronavírus.
— O SIMECS enxerga como positiva a decisão do governo em reverter a cor da bandeira da região para laranja. Sempre que regredimos nesse conceito, o impacto é grande. Porém, essa decisão não anula os cuidados que precisamos ter em reforçar os protocolos de saúde e segurança. Pelo contrário, para que possamos seguir nesse cenário e contribuir para minimizar os impactos da covid-19, precisamos, mais do que nunca, seguir as orientações das autoridades de saúde. Inclusive, estamos realizando uma campanha com nossos associados para fortalecer as ações preventivas nas empresas. Só assim, conseguiremos conciliar a retomada gradual da economia da nossa região e o cuidado com a saúde de toda a população — acredita Spanholi .

Em nota do Sindicato do Comércio Varejista de Caxias do Sul, assinada pela pela presidente Idalice Manchini, reforça que nos dias frios, é preciso intensificar ainda mais os cuidados, prevenindo síndromes gripais em ambientes que propiciem aglomeração de pessoas. Idalice sugere ainda que as pessoas possam aproveitar-se ao máximo dos serviços on-line.
— Conservar o ambiente da loja arejado e limpo com os cuidados para manter o coronavírus afastado com uso de máscara, procedendo com a limpeza de produtos é essencial para que possamos nos manter na bandeira laranja — defende Idalice Manchini, presidente do Sindilojas Caxias.
O presidente da CDL Caxias, Renato S. Corso, enfatiza que a reversão da classificação permite um fôlego para as empresas continuarem abertas, mas que é preciso redobrar os cuidados para que não ocorram novas restrições.
— Essas indefinições são prejudiciais para a nossa economia, mas devemos focar na manutenção de todos os cuidados que temos adotado, agindo com responsabilidade —resume.
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