Foi em meio a caixas de materiais e equipamentos embrulhados em plástico bolha que encontramos professores e a diretora da Escola Municipal de Ensino Fundamental Atiliano Pinguelo, no bairro Diamantino, no final da tarde desta sexta-feira (26). E assim elas passaram o dia inteiro. Até o início da noite, 65 caixas com objetos já tinham sido levadas para o prédio do antigo colégio Mutirão, no bairro Nossa Senhora de Lourdes, onde a escola passará a funcionar provisoriamente a partir de segunda-feira.
A mudança está ocorrendo para liberar a estrutura da Atiliano para a reforma que a prefeitura anunciou que fará no local. As aulas foram suspensas no dia 16 deste mês depois que parte do muro caiu em função da forte chuva que atingiu a cidade. O prédio foi totalmente interditado e os alunos e professores serão transferidos para outro espaço.
Além de materiais pedagógicos, foram retiradas cadeiras e mesas de uma sala de aula, pia e armários da cozinha, os bancos que ficavam no corredor. A equipe da escola seguirá trabalhando neste sábado. É que, segundo a diretora, Glaucia Helena Gomes, é preciso aprontar tudo para receber os 142 alunos na segunda-feira pela manhã, quando haverá aula normal na nova sede.
Ainda na noite de sexta, ocorreu uma reunião com os pais dos estudantes e comunidade no salão de uma igreja do bairro para informar sobre o novo local e falar sobre o transporte escolar. O município vai garantir o deslocamento tanto das crianças que moram no Diamantino quanto das que vivem no Campos da Serra até a nova escola. Em princípio, para os estudantes do Diamantino, na segunda, o ponto de partida será em frente à Atiliano. Mas um roteiro deve ser elaborado definindo pontos de embarque no bairro.
Mais duas casas removidas
Na sexta, mais duas casas foram demolidas do terreno ao lado da escola – uma havia sido destruída no dia 17 – depois da remoção das famílias que ocupavam a área. O trabalho assustou a equipe da escola que estava no prédio quando as máquinas começaram a demolição. Outra família deve deixar o local neste sábado. Na terça-feira, está prevista a última remoção, da família da dona Rosália de Fátima Fortes Lima Pereira, 44 anos. Ao todo, oito pessoas vivem na casa de madeira, há 17 anos. Eles vão se dividir em duas moradias no bairro Presidente Vargas porque não encontraram um local que abrigasse a todos.
– Aqui tem meus sonhos, meus fracassos, minhas conquistas, quase metade da minha vida. A gente só vai começar a reescrever nossa história quando formos para a nossa casa no Campos da Serra. Enquanto isso, vamos vivendo – disse a moradora referindo-se à promessa da prefeitura de entregar moradias às famílias no loteamento.
As famílias receberão um salário mínimo de aluguel social da prefeitura por seis meses. A intensão do município é de que, até lá, sejam entregues as residências no Campos da Serra. Um dos moradores que tiveram a casa demolida na sexta, Alaerte Moreira da Silva, 44, alugou a parte de baixo de uma casa no mesmo bairro.