Obstetras estão exigindo de 500 a dois mil reais para realizar partos em pacientes que possuem plano de saúde particular em Caxias do Sul. Detalhe: essa taxa extra é proibida pelas operadoras, mas tem sido praticada sem pudor.
Fragilizados pelo momento único e por confiarem no profissional, algumas mães se sujeitam a pagar valores que já são cobertos pelos contratos dos planos. Na prática, a família paga duas vezes pela cirurgia porque o mesmo obstetra acaba cobrando o procedimento também das operadoras.
A estudante universitária Liliam dos Santos, 34 anos, mãe de uma menina de quatro meses, confirma a exigência:
- Logo nas primeiras consultas o profissional exigiu R$ 2 mil. Achei um absurdo porque já pago plano para isso. Troquei de médico.
O caso de Liliam não é isolado.A reportagem ouviu outras gestantes sobre a taxa extra. Elas preferem não se identificar porque ainda dependem do atendimento. Uma professora que está prestes a dar a luz confirmou ter procurado dois obstetras que pediram pagamento por fora. O primeiro queria 500 reais. Descontente, a professora optou por outra profissional que também exigiu dois mil reais. Ela só conseguiu atendimento sem a taxa adicional com um terceiro médico.
Embora polêmica e proibida, a cobrança por fora na rede privada parece ser uma tendência no Estado. Os profissionais justificam aos pacientes que o repasse da rede privada é muito pouco. A Sociedade de Ginecologia e Obstetrícia do Rio Grande do Sul justifica que os obstetras são mal remunerados. Em média, um médico recebe de 200 a 600 reais para cada parto. Entretanto, o presidente da entidade, Flávio da Costa Vieira, enfatiza que os pacientes não podem herdar esse ônus.
- A baixa remuneração deve ser acertada entre operadora e médico, não apoiamos quando isso é cobrado do paciente - destaca Flávio.
Saúde
Pacientes denunciam cobrança por fora em atendimento na rede privada de saúde de Caxias do Sul
Médicos estariam exigindo a taxa extra para realizar partos
Adriano Duarte
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