A falta de vagas em escolas de educação infantil públicas e particulares faz com que pais e mães recorram a uma prática antiga para poder trabalhar: deixar os filhos com cuidadoras informais, as mães crecheiras.
A prefeitura não tem estimativa de quantas atuem e o Conselho Municipal da Educação só fiscaliza mediante denúncias. O único controle do Conselho é estabelecer que é permitido cuidar de até cinco crianças sem montar escola infantil. Acima disso, é necessário registrar instituição de ensino. Em média, dois casos de mulheres com mais de cinco crianças são denunciados ao mês.
Francine Santos da Silva, 24 anos, e o marido Daniel Rodrigues Palauro, 31, pais de Gustavo, quatro, tentam vaga desde que o menino nasceu. Como ainda não conseguiram, o menino fica aos cuidados de uma mãe crecheira.
- Entramos na Justiça há quatro meses para pedir uma vaga. Precisamos trabalhar e não conseguimos - desabafa Francine.
Sem legislação que regre o trabalho das mães crecheiras, elas geralmente se amparam na própria experiência materna. Algumas cuidam de mais de uma dezena, alerta a presidente do Conselho Municipal de Educação, Glaucia Helena Gomes. A maioria não tem intenção de constituir escola infantil: cuidar das crianças é uma ajuda aos pais, que não teriam onde deixá-las.
A secretária municipal da Educação, Jaqueline Marques Bernardi, reconhece os casos mas entende que o Conselho Municipal da Educação tem freado o crescimento dessa atividade. Conforme Jaqueline, cinco escolas de educação infantil devem entrar em funcionamento até o ano que vem. Em uma delas, em Forqueta, as obras já iniciaram. Ao todo, gerarão 360 vagas para crianças de zero a cinco anos.
Infância
Mães crecheiras são alternativa de pais para suprir falta de vagas na educação infantil em Caxias
A prática é antiga, mas prefeitura não tem estimativa de quantas atuem na cidade
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