Boa parte da fé que move milhares de pessoas na romaria ao santuário de Nossa Senhora de Caravaggio se explica nas graças alcançadas. O primeiro milagre atribuído à santa na Serra teria ocorrido em 1899. Na época, uma seca castigava as colônias imigrantes da região. Os italianos decidiram se unir para pedir ajuda aos céus. Optaram por uma procissão de penitência rumo à igrejinha erguida onde hoje fica santuário.
Devido ao forte calor, os romeiros esperaram entardecer para voltar para casa. Até o final daquele dia, o céu estava limpo. Mas, em um determinado momento, uma pequena nuvem surgiu e se agigantou, escura. Uma forte chuva desabou, enchendo riachos e trazendo a vida de volta à vegetação. A notícia se espalhou pelas comunidades, que passaram a visitar Caravaggio para pedir graças e agradecer. Foi assim que o santuário cresceu.
A partir deste sábado, no domingo e na quarta-feira, centenas de milhares de pessoas repetem o gesto que se consolidou ao longo do tempo. Muitas pessoas participam porque firmaram uma promessa e esperam ser atendidos. Quem teve pedido atendido tem história para contar.
É o caso da aposentada Gema Nicoletto Pazza, moradora de Farroupilha. Em 1949, a mãe dela, Aurora Nicoletto, estava grávida e corria risco de morrer devido a uma forte hemorragia. Os filhos de Aurora e outros familiares rezaram horas a fio diante do quadro de Nossa Senhora de Caravaggio, trazido da Itália pelo bisavô.
O parto transcorreu normalmente e o bebê nasceu sem sequelas. A aposentada conta ter recorrido à santa em 1983, quando a filha mais velha, Vanessa, hoje com 28 anos, enfrentou um grave problema nos pulmões.
- Era um dia muito frio, apesar de ser em janeiro. À noite, minha filha teve problemas ao ser tirada de um ambiente quente para o frio. Foi levada ao Hospital São Carlos sem quase poder respirar. Apelei à Nossa Senhora e tudo se resolveu - relembra Gema.
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