
Desde os primeiros passos, a bola de futebol estava no caminho. Felipe e Rafael Deon são gêmeos, têm sete anos, e são naturais de Caxias do Sul. Eles começaram a brincar logo cedo, ainda nos primeiros meses de idade, inspirados pelo irmão mais velho, Arthur, que já jogava.
O fascínio pelo esporte nasceu junto com a habilidade precoce de correr atrás da bola, como se fosse parte do DNA da família. Mesmo tão jovens já atuam no Grêmio.
— Os treinos começam às 18h30min. Então, eu pego eles no colégio um pouquinho antes, às 16h, e a gente chega 18h20min, 18h25min. Eles se trocam dentro do carro, fazem um lanche no carro na viagem, chegam lá, treinam e a gente volta — contou o pai Wili Deon, 45 anos, em entrevista ao Show dos Esportes, da Rádio Gaúcha Serra.
Aos cinco anos, os irmãos deram início à prática esportiva formal no Colégio La Salle Carmo, onde participaram das aulas de futsal com os colegas. O talento logo chamou atenção e os levou ao Juventude Futsal, onde começaram treinando duas vezes por semana. O desempenho nos primeiros treinos foi tão expressivo que ambos foram convidados a integrar o grupo da base no CT do clube, aumentando a carga para quatro treinos semanais, além do compromisso escolar.
Mais tarde, seguiram com o técnico Bryan Petrin que os acompanhava para uma nova equipe, a BR Soccer, onde permanecem até hoje. Lá, Felipe e Rafael mantêm a rotina intensa de quatro treinos semanais, somados a sessões de treinamento funcional voltadas ao desenvolvimento físico e técnico, em busca de constante evolução.
— É muito gratificante, mas não é fácil. São crianças. Aí tu pensa, tô tirando um pouquinho da infância deles, mas o que eles gostam é jogar bola. Eu estou deixando eles bem à vontade. O desempenho escolar deles é ótimo também. Eles não estão perdendo nada com isso— disse o pai.
O reconhecimento veio no início de 2025, quando o técnico Bryan indicou os irmãos para um teste de três dias no Grêmio. A avaliação foi positiva: ambos foram aprovados e, atualmente, conciliam os treinos em Porto Alegre com os compromissos na BR Soccer, reafirmando o sonho que começou ainda antes das primeiras palavras — com uma bola nos pés e o futuro à frente. Outros times também demonstram interesse constante neles, mesmo tão jovens.
— É, na realidade isso começou a acontecer devido a algumas competições de nível nacional que a gente participou com vários times do cenário nacional e eles se destacaram e chamaram a atenção de olheiros. O Inter era a mesma cidade de Porto Alegre. Eles são gremistas, então a gente optou por ficar no Grêmio. Aí tem o interesse do Palmeiras. Chegou até mim um convite pra passar uma semana em São Paulo fazendo teste. Só que, no momento, não é o nosso interesse, porque eles são crianças ainda. A gente não tem empresário, tem várias pessoas querendo e já contataram nós pra cuidar da carreira deles. Mas, por enquanto, a gente vai levando em família — finalizou Wili.
Os meninos
Rafael e Felipe são gêmeos caxienses que compartilham a paixão pelo futebol e atuam nas categorias de base do Grêmio. Rafael gosta de jogar como ala no futsal e atacante no campo, enquanto Felipe prefere a posição de pivô no futsal e meia-direita no campo. Questionado sobre a influência do pai em sua trajetória, Rafael foi direto: “Muito”.
Ambos têm como ídolo o astro português Cristiano Ronaldo, referência para os dois jovens talentos, que também recebem o incentivo da mãe Caroline, da irmã Agatha e do irmão Arthur.
— A gente tem orgulho de ver eles se desenvolverem e jogar. É o sonho de todos os meninos desde criança. E a oportunidade que o esporte dá de se desenvolver como pessoa desde de novo. Todo esporte Ressignifica e amadurece a criança mesmo. Daqui a pouco, se os jogadores que estão aqui conosco não derem certo, eles vão aprender muito e não é tempo perdido — disse o irmão Arthur.





