
Não há como recordar do título do Campeonato Gaúcho de 2000 do Caxias sem citar a cobrança de pênalti de Ronaldinho defendida pelo goleiro Gilmar Dal Pozzo, no Olímpico, no segundo confronto da final.
Foi o último ato de um campeonato que coroou o trabalho da equipe da Serra, campeã após o 0 a 0 em Porto Alegre, depois de aplicar 3 a 0 na partida de ida, em Caxias do Sul.
Mesmo que Gil Baiano, Ivair e Márcio Hahn tenham encaminhado a taça na partida realizada no Centenário, o lance do pênalti é lembrado por muitos, até mais do que os gols marcados no 3 a 0.
— Não tem como não associar esse título e vem na minha memória e na memória do torcedor, né? Finalizar com uma defesa, estádio lotado e poder comemorar o título ali com a defesa do pênalti defendido na cobrança do Ronaldinho, que depois ele foi todo aquele sucesso, e por trás disso tem toda uma trajetória. Mas a primeira lembrança é muito clara na minha cabeça, é a defesa — recorda Gilmar Dal Pozzo.
O camisa 1 ainda citou como se preparou para aquele momento e se sabia o canto em que Ronaldinho ia bater.
— Foi um estudo. Na época, nós não tínhamos um analista de desempenho e o time pedia para nós mesmos fazermos análise em relação ao adversário. Tinha que cuidar sempre os atacantes, os jogadores que chamassem a atenção, quem batia falta, quem batia escanteio e quem batia pênalti e, principalmente, finalizações de média e longa distância. O Ronaldinho, na época, estava em ascensão, e aí eu passei a estudar mais ou menos uns três meses antes da data da conquista, não só os pênaltis, mas a maneira como ele se posicionava para fazer um cruzamento e principalmente faltas, as frontais e os pênaltis — recordou Gilmar, que completou:
— Eu tive a convicção de ir no canto certo e defender, e depois sair para o abraço. Todo mundo veio me abraçar ali e a gente comemorou a conquista.