
Não era só o Grêmio de Zinho, Astrada, Amato e outros grandes nomes comandados pelo experiente técnico Antônio Lopes que o Caxias tinha que anular na decisão do Gauchão de 2000.
A principal referência técnica da equipe tinha apenas 20 anos, mas já despontava como o grande craque do futebol brasileiro. Parar Ronaldinho Gaúcho era tão complicado como impedir Ethan Hunt (Tom Cruise) de realizar sua missão impossível no cinema.
Mas a estratégia de Tite deu certo. Nos dois jogos decisivos daquele estadual, Ronaldinho pouco viu a cor da bola e parou na "marcação pressão sanduíche" armada por Tite.
— É simples para as pessoas entenderem o que é uma marcação dobrada. Eu sempre falava, o setor onde ele cair, um jogador marca pela frente dele. Só que atrás, ele não vai ter a percepção. Então, se vier um jogador atrás e pressionar o Ronaldinho, ele vai ficar menos tempo com a bola. Tu vais inibir que a bola chegue nele, e tu vais estar sempre pressionando ele a tomar ações mais rápidas — destacou Tite, que concluiu:

— Consequentemente, ele vai errar mais, ou a bola não vai chegar nele. Então, tu diminui as ações com ele. E onde tiver, e quem tiver no setor, uma "marcação pressão sanduíche", eu acho que ela tem essa característica.
A principal oportunidade de gol do craque na decisão ocorreu nos acréscimos do segundo jogo da final no Olímpico, em cobrança de pênalti. Mas aí o time de Tite não precisou da marcação sanduíche e sim das mãos de Gilmar Dal Pozzo para defender a cobrança e comemorar o título após o 0 a 0.