
O Glória sempre foi um adversário muito forte na Divisão de Acesso. Contudo, em 2025, o Leão da Serra ainda não se encontrou na competição. Em cinco jogos, a equipe não venceu. São três empates e duas derrotas.
Para corrigir o rumo da equipe, que ocupa a penúltima colocação com três pontos, a direção aposta em um técnico que conhece bem a aldeia e tem o DNA serrano. Caxiense, Júlio César Nunes assumiu a equipe na segunda-feira (9).
Sem muito tempo para trabalhar, o treinador procurou conversar com as lideranças do elenco, a comissão técnica e o departamento de futebol para o primeiro grande desafio, o Inter de Santa Maria, quarta-feira (11), às 19h30min, no Estádio Presidente Vargas.
— Eu tenho um carinho muito grande pela cidade, a comunidade aqui de Vacaria. E é um clube que eu tive uma passagem muito boa em 2019, ficou aquele sentimento que um dia eu poderia voltar e prontamente quando a diretoria nos convidou nós aceitamos o desafio. Hoje, com a Divisão de Acesso num outro formato, o que não muda são os jogos disputados, os jogos acirrados e a gente percebe pelos resultados. Muitos empates, muitos jogos decididos no detalhe — comentou o treinador.
Após cinco temporadas, Júlio César Nunes retorna ao Estádio Altos da Glória. Em 2019, ele deixou o clube para assumir um projeto no Hercílio Luz, em Santa Catarina. Depois, ele rodou o país e comandou o Manaus neste primeiro semestre.
— O fato de rodarmos em vários estados vai nos ampliando um repertório de contatos, de culturas diferentes e isso vai agregando ao treinador dando casca. Conseguimos ter facilidade de já chegar e nos adaptar rapidamente ao cenário. Então, hoje o Júlio é mais experiente, o Júlio consegue já chegar durante uma competição e rapidamente já encurtar o caminho como criar atalhos para que a gente já consiga rapidamente tentar colocar o nosso dedo no trabalho — comentou o técnico do Glória.
ARGENTINO COM BASE NO RIVER E NO BOCA

O elenco do Glória conta com dois jogadores da Argentina e do Uruguai. O primeiro deles é o centroavante uruguaio Lucho, de 25 anos. O segundo é Rodrigo Gastón González, mais conhecido como Tonchi. O lateral-direito de 24 anos passou pela base dos dois gigantes da Argentina, Boca Juniors e River Plate. Contudo, a vinda para o Brasil não saiu como o planejado:
— Eu fiz base em Boca Juniors depois passei por Independiente e depois finalizei minha etapa de base no River Plate, por quatro anos. Fiquei seis meses no plantel profissional, com 20 anos, dirigido pelo Marcelo Gallardo e cheguei a jogar um jogo-treino, mas eu machuquei o ligamento cruzado. Depois disso, aconteceu uma parceria muito grande com Gustavo Grossi, que era o coordenador esportivo do Inter e nesse momento fizemos uma parceria para jogar no Gaúcho os primeiros seis meses. Se tudo desse certo, eu ia conseguir chegar no Inter sub-23 mas quando eu cheguei em 2021 por problemas do "transfer" internacional eu não consegui ficar ali no Gaúcho, não acertaram bem a documentação e eu fiquei parado quase quatro meses — descreveu.
O jogador já conhece bem a Serra, ele defendeu também o Gramadense e o próprio Glória em 2023. Ele não deseja voltar para a Argentina, devido ao momento econômico que seu país passa, de muita instabilidade:
— O sonho que o Tonchi tem no futebol é jogar a Série A aqui. Acho que tenho condições. Hoje não tenho planejado voltar para a Argentina, eu amo a Argentina, eu amo o Brasil também porque hoje o Brasil está dando meu pão de cada dia para alimentar a minha família. Até sabendo a situação econômica que está lá, eu sei que é difícil, tenho amigos que estão jogando lá e não é uma fase boa. Quero alcançar meu objetivo que é jogar uma Série A, Série B, Série C para já ter um maior conhecimento do Brasil também — concluiu o lateral.