
O elenco de jogadores do Juventude completa nesta sexta-feira (20) duas semanas de férias. Por enquanto, nenhum reforço foi anunciado oficialmente pelo clube. Os mais próximos de um acerto são Marcelo Hermes, do Criciúma, e o volante Hudson, da Portuguesa.
O alviverde enfrenta dificuldades para contratar. A situação mais complicadora é a financeira. Em entrevista ao programa Show dos Esportes, da Rádio Gaúcha Serra, o vice de futebol do Juventude explicou que o principal motivo é o baixo orçamento do clube.
— O mercado brasileiro está inflacionado. Em uma Série A, quando se fala em salários, e a gente sabe o orçamento dos outros clubes, o Juventude tem o menor orçamento da Série A, pouco acima de 100 milhões de receitas, e acredito que não tenha nenhum outro clube, talvez um clube só. Então a gente está competindo com equipes de um poderio financeiro muito grande — disse Almir Adami.
O teto salarial do Juventude também não é alto. O clube não tem como pagar os supersalários do futebol nacional que passam dos R$ 500 mil. Para ultrapassar a marca dos R$ 200 mil, o clube precisa fazer um esforço.
— Quando a gente fala em jogadores de Série A tu vais conversar com qualquer atleta, são salários que trabalham, atletas medianos, normalmente ali em R$ 350 mil, R$ 400 mil, R$ 500 mil, que por si só já nos dificulta para poder chegar nesses números. Temos, sim, condições de fazer um investimento um pouquinho maior, talvez subindo a régua do nosso teto, a nossa faixa salarial limite — detalhou.
Contudo, o salário não é apenas um problema. Existem ainda valores comuns de uma negociação, como pagamento de empréstimos, compra de direitos federativos e luvas, que é o pagamento adicional feito a um jogador quando ele assina um novo contrato com um clube, além do salário regular.
— Tem alguns complicadores que às vezes aparecem, não é só a questão do acerto do salário. Muitos clubes ou muitos atletas e seus agentes nos pedem valores a mais do que além do salário. Um empréstimo de qualquer jogador o pessoal já começa a trabalhar na casa de um milhão, aí vem um jogador, querendo receber, sei lá, 300 mil, 500 mil, 800 mil de luvas para poder jogar na Juventude. Então, a dificuldade toda ela não se resume só a salário, mas sim ao contexto todo da negociação, onde pode envolver um valor de empréstimo e até um valor de luvas — finalizou Almir Adami, vice de futebol.