
Para repor a saída de Fábio Matias, o Juventude agiu rápido e acertou a contratação de Claúdio Tencati, 52 anos, na manhã desta terça-feira (13).
O treinador estava dirigindo o Atlético-GO na Série B do Brasileiro e deixa a equipe na 12ª posição da tabela, com 10 pontos após sete rodadas. Ao todo, Tencati teve apenas oito jogos pela equipe goiana, com duas vitórias, quatro empates e duas derrotas, um aproveitamento de 41,6%.
O treinador chegou em Goiás às vésperas do segundo jogo decisivo da semifinal do estadual frente ao Anápolis, mas o time perdeu por 3 a 2 e acabou eliminado.
— Acabou frustrando um pouco os planos da equipe que buscava o tetracampeonato goiano. E depois ele teve cerca de três semanas de preparação até a estreia na Série B, pôde conhecer o elenco. Inclusive havia uma lista de dispensa que a diretoria estava preparando, e aí o Tencati chegou e falou que queria conhecer mais esses jogadores, ele testou alguns e a maioria acabou não saindo — destacou Henrique Alcaraz, repórter do portal Mais Goiás e Band News, que ainda concluiu sobre o trabalho do técnico:
— Com a lesão do meia Shaylon, o Tencati teve que pensar numa nova formatação. Ele optava bastante pela utilização de três volantes, mas sem deixar a mobilidade de lado. Ele optou bastante pelo Robert, jogando com a camisa 10, é um meia de ofício, mas também pode fazer ali um terceiro homem do ataque, e isso vinha dando certo.
Trajetória
Tencati tem no currículo a marca de trabalhos longevos com resultados de campo. As passagens por Londrina e Criciúma foram prova disso. Períodos em que o treinador teve os desempenhos mais sólidos de sua carreira.
No início da trajetória, Tencati foi o treinador de base do Cianorte, em 1995. Quatro anos depois, subiu para o time profissional para ser preparador físico, cargo que exerceu até 2002, quando tornou-se auxiliar técnico por mais três temporadas.
Tencati chegou a assumir interinamente o time em algumas ocasiões e ganhou uma chance de se efetivar na casamata no início de 2006. No Cianorte, o treinador conquistou o campeonato do interior Paranaense de juniores em 2004 e 2005. Foi eleito em 2007 o técnico revelação do Paranaense.
Depois, o treinador teve passagens pelo Paranavaí-PR, em 2009, e pelo sub-20 do Iraty-PR, em 2010, onde conquistou o estadual e a Copa Tribuna.
Quase sete anos no Londrina

O trabalho de Tencati despertou o interesse do Londrina, e o técnico assumiu a equipe em abril de 2011. O treinador teve seu trabalho de maior destaque na carreira na equipe paranaense.
Ele foi campeão da Série B do Paranaense em 2011, e campeão do Interior em 2013, quando foi eleito o melhor técnico. Era apenas o início de uma passagem marcada ainda pelos acessos nacionais da Série D à Série B, de 2013 a 2015.
Dentro deste período, Tencati ainda foi campeão paranaense de 2014. Faturou ainda os títulos do Interior de 2015 e 2016 e conquistou a extinta Primeira Liga em 2017, vencendo o Atlético-MG na decisão por pênaltis.
Após seis anos e sete meses, ele deixou o comando do Londrina em novembro de 2017.
Trabalhos mais curtos

Em 2018, o treinador assumiu pela primeira vez o Atlético-GO. Por lá, foram 42 jogos com 16 vitórias, deixando a equipe na sexta colocação da Série B.
No ano seguinte, o profissional passou por Vitória e Londrina, mas desta vez os trabalhos não duraram muito tempo. Foram apenas sete jogos na equipe baiana e oito em seu antigo reduto paranaense.
Entre 2020 e 2021, o treinador teve sua primeira experiência no futebol gaúcho. Tencati assumiu o Brasil-Pel em meio à Série B do Brasileiro e evitou a queda xavante à Série C, terminando em 12º lugar, com 49 pontos.
Passagem marcante pelo Criciúma
Ainda no final de 2021, Tencati se transferiu para o Criciúma, quando o Tigre ainda disputava a Série C do Brasileiro.
Na equipe catarinense, o treinador empilhou conquistas. Tencati foi campeão da Série B do Catarinense (2022) e bicampeão estadual (2023 e 2024). Conquistou ainda a Recopa Catarinense (2024) e o principal, conduziu o clube a dois acessos, à Série B e à Série A.
Cláudio Tencati deixou o Tigre no final de 2024, com o rebaixamento à Segunda Divisão decretado (18º, com 38 pontos). E após 174 jogos se tornou o segundo técnico com mais jogos no comando do Criciúma.