
Aos 29 anos, Fernando Kreling, o Cachopa, vive um momento de novidades e afirmação na carreira. Após sair de Caxias do Sul aos 17 anos para defender o Sada/Cruzeiro, onde foi multicampeão, o jogador vai para a quarta temporada no vôlei italiano e também, de certa forma, pode mudar de status na seleção brasileira.
Cachopa participou das duas últimas Olimpíadas, quando o Brasil não conseguiu subir ao pódio. Também foi peça fundamental para a conquista inédita da Liga das Nações em 2021. Porém, em toda essa caminhada, disputava a posição de levantador titular com Bruninho.
Porém, para a primeira competição de 2025, Bernardinho deixou de fora nomes como Bruninho e Lucão, e a seleção iniciará um novo ciclo, de transição, dentro da Liga das Nações, que inicia em 11 de junho. Cachopa ganha um novo papel, como um dos mais experientes do grupo. Na posição de levantador, Brasília, Rhendrick e Bieler serão as outras alternativas.
No final de semana, o atleta caxiense retornou à cidade natal para participar do evento Gigantes do Vôlei e, antes da bola subir, concedeu entrevista ao Pioneiro, e falou os novos desafios da carreira. Confira os principais trechos:
Trajetória na Itália
— É uma vida muito diferente, um pouco mais solitária. Falta um pouquinho, talvez, do calor que eu tinha aqui no Brasil. Mas é uma vida muito boa. É um campeonato diferente, muito forte. Mas eu já me acostumei, estou super feliz lá. Gostaria de jogar mais alguns anos porque, na minha opinião, é um dos campeonatos mais fortes e competitivos que tem hoje.
Novo clube
— Fiz três anos em Monza, encerrei meu ciclo lá e, nesta próxima temporada, vou pra Milão, pro time do Power Volley Milano. Acho que essa troca de clube foi importante até pelos objetivos que tenho na minha carreira, que eu gostaria de estar jogando finais sempre. Infelizmente, o time de Monza não fez um time competitivo, e Milano me deu essa possibilidade. Acho que é importante estar jogando em nível alto pra poder jogar bem aqui na seleção quando eu voltar.
Protagonismo na seleção
Conversei bastante com o Bernardo (técnico Bernardinho) nesses últimos tempos. Ele expôs o pensamento dele, que nós temos alguns atletas ali dentro (Lucarelli, Flávio, Alan e o próprio Cachopa) que estão há mais tempo, que conhecem o processo, que têm, entre aspas, a obrigação de mostrar isso pra molecada mais jovem que está chegando agora.
Um dos mais experientes?
Cara, é estranho que agora eu sou um dos mais velhos. No time do "manchetão", eu estou no time dos velhos. Mas assim, hoje eu me sinto, por tudo que eu vivi, por tudo que eu passei, preparado pra passar algumas coisas adiante. Pra dar uma mão quando precisa, pra falar alguma coisa pros mais jovens. É um pouco estranho, como eu te falei, mas acho que eu me sinto já preparado pra ser o velho do time.
O status de levantador titular
— Não é muito diferente do que eu tinha vivido, por exemplo, no ano passado, antes da Olimpíada, onde eu joguei praticamente toda a Liga das Nações. Eu tive bastante tempo em quadra, eu acho que não é uma novidade pra mim. Talvez seja uma novidade jogar com esse time, com tantas caras novas. A gente precisa ainda desenvolver uma identidade. Assumir um papel efetivo ali em quadra, pra mim, acho que é a parte mais tranquila.